LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O senador Blairo Maggi (PR) defendeu a continuidade do MT Saúde e afirmou que o plano está enfrentando problemas financeiros devido à forma como foi conduzido nos últimos anos, depois que ele deixou o Governo, em 2010, principalmente com relação aos atrasos no pagamento da rede credenciada.
“Eu não sei dizer se o MT Saúde está inviável ou não. Mas, foi um grande erro político conduzir o plano da forma como tem sido feito. Eu já disse isso ao governador Silval Barbosa (PMDB). Com o atraso no repasse à rede credenciada, houve falta de atendimento, que provocou falta de confiança no usuário, e levou à saída de muita gente do plano”, disse Maggi
.
De acordo com o ex-governador, os primeiros a saírem do plano devido a essas falhas foram justamente os servidores que contribuíam mais, ou seja, aqueles com salários mais altos. Ficaram no plano os servidores com salário menor e maior número de dependentes, que não teriam condições de bancar um plano de saúde privado.
Segundo dados da Secretaria de Administração (SAD), o MT Saúde, que chegou ter 60 mil pessoas em sua carteira, hoje conta com apenas 33,5 mil usuários.
O plano de Maggi era, com o tempo, expandir o MT Saúde para atender aos servidores de prefeituras e de outros poderes, em um projeto que tornaria o plano superavitário depois de alguns anos.
“O MT Saúde teria a confiança dos servidores, que iriam migrar de planos privados para dentro do plano do Governo. A intenção, inclusive, era trazer as prefeituras e os outros poderes também. Quanto maior o número de mutuários, menor a conta para todo mundo. Os planos privados só funcionam bem porque são milhares e milhares de pessoas”, observou.
Melhor que o IpematBlairo Maggi defendeu a criação do MT Saúde e a ajuda de custo que o Governo dá ao plano. “O servidor público, a exemplo do funcionário das empresas privadas, precisa do auxílio-saúde. Na minha empresa, bancamos parte do plano dos funcionários. E um empregador estatal tem tanta responsabilidade quanto o privado”, comparou Maggi, citando o Grupo Amaggi, trading que opera no setor do agronegócios.
O senador afirmou que, quando criou o MT Saúde, em seu primeiro mandato como governador, a intenção era montar um plano eficaz para substituir o extinto Ipemat (Instituto de Previdência de Mato Grosso), que tinha um atendimento ineficiente e um rombo milionário nas contas.
“A decisão de fazer o MT Saúde foi pegar o dinheiro que nós gastávamos com o Ipemat e fazer um plano eficiente. O Ipemat gastava R$ 90 milhões por ano de assistência médica e não atendia ninguém. É só pegar os balanços de 2002 para 2003 para ver os problemas. Mas todo mundo esqueceu do Ipemat”, disse.
“Acabei com o Ipemat e fiz o MT Saúde com esse dinheiro. Portanto, não houve aumento de gastos nesse processo. Era um recurso que já se gastava. Essa decisão foi financeira e técnica, além de política, que foi a intenção de dar ao servidor a tranquilidade de trabalhar com a família amparada por um plano de saúde”, completou Maggi.