LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O senador Blairo Maggi (PR) descartou sair do PR, ao menos por enquanto. Ele afirmou que a crise com a direção nacional da sigla está superada, e que permanece no partido em consideração aos seus aliados.
“É normal, a gente fica com raiva depois que bate o dedo no canto da mesa. Mas nesse momento não vou sair do partido”, afirmou Maggi
.
O republicano explica que sua dificuldade em deixar o partido é devido ao grande número de aliados que não poderiam segui-lo para outra legenda, já que perderiam seus mandatos.
Maggi foi um dos fundadores do PR em Mato Grosso, que nasceu em 2006, da fusão do Prona com o PL. Na época, o então governador deixou o PPS para se filiar à nova legenda.
“Eu tenho uma dificuldade enorme de sair do partido, porque nós criamos o PR, que hoje é um dos maiores partidos do Estado. Talvez 80 ou 90% dos que estão no PR vieram em função da liderança que eu tinha como governador. Disputamos várias eleições, e temos muitos prefeitos, vereadores, e deputados estaduais que fizeram a opção de estar junto comigo”, disse.
“Se eu sair hoje do PR, eu os abandono. Quando eu deixei o PPS, lá atrás, eu senti isso. Deixei muitas pessoas que não puderam me acompanhar, ou porque o partido já estava estabelecido na cidade, ou porque tinham conflito com as lideranças locais que formariam o PR. Não gostaria de repetir essa situação”, completou.
Crise partidáriaA crise entre Blairo Maggi e a cúpula nacional do PR foi escancarada em outubro do ano passado, quando o senador por Mato Grosso foi deixado de fora da convenção da sigla que reconduziu o senador Alfredo Nascimento (AM) ao comando da executiva, e o deputado federal Valdemar Costa Neto (SP) ao cargo de secretário-geral.
O deputado paulista foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no escândalo do Mensalão.
Na ocasião, Maggi aventou mudar de partido mas, acabou entrando em acordo com a direção republicana, que o indicou para presidir a Comissão de Meio Ambiente no Senado. Porém, as negociações para a participação do partido no governo levaram a uma nova crise. Um dos favoritos da presidente Dilma Rousseff (PT) para ser ministro, Maggi teria sido vetado pelo presidente nacional do PR.
O senador por Mato Grosso ainda deixa em aberto, no entanto, a possibilidade de mudar de legenda em outro momento, se a situação partidária se tornar insustentável e ele conseguir respaldo jurídico para a mudança. Maggi ainda aguarda o resultado da consulta feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que responderá se ele pode deixar o partido sem perder o cargo de senador.
“Se o TSE responder positivamente, será mais um argumento se eu tiver que fazer um movimento. Mas não pretendo fazer agora”, concluiu.
O interesse de Maggi em trocar de sigla despertou a cobiça de diversas agremiações, como PMDB e PSB, que fizeram convites ao senador para que ele se filiasse.