LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O prefeito eleito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), elegeu a saúde e a distribuição de água como prioridades em sua gestão. Ele pretende regularizar de forma imediata o atendimento à saúde e dar início a uma reestruturação da rede de água e esgoto.
Walace ponderou que a cidade tem muitos problemas, e considerou difícil elencar prioridades. “Várzea Grande é uma cidade que tem uma demanda social e estrutural muito grande. Mas temos que definir as prioridades. A primeira ação será na saúde pública”, afirmou.
“A população hoje não tem saúde. O pronto-socorro está superlotado, faltando medicamentos. Os postos superlotados, faltando profissionais. Então esta questão a gente tem que atacar de frente. A segunda coisa, que não é fácil e requer tempo: água na casa da população”, completou.
O prefeito disse que, no início, vai negociar com os médicos para por fim à greve. “Eu acho que greve é direito do trabalhador. Eu sou funcionário público, concursado duas vezes como médico do município, e entendo a luta deles. A primeira coisa que farei será sentar com os profissionais da saúde e solicitar uma trégua”, disse.
“Também vamos contratar profissionais para os locais que precisam. É preciso valorizar o servidor público de Várzea Grande, que não é valorizado. Vou capacitá-los e cobrar resultados”, afirmou.
Walace descartou, a princípio, adotar as OSs (Organizações Sociais) na gestão da saúde do município, e disse que quer um gerenciamento público.
“A priori, não pretendo recorrer às OSs, porque acho que o município tem capacidade de gerenciar a saúde. Mas não tenho nada contra as OSs, e posso até, de repente, contratar uma OS para a questão gerencial e administrativa apenas. Mas não pretendo fazer como fizeram com o Hospital Metropolitano, entregar tudo na mão de uma OS”, afirmou.
Distribuição de águaPara resolver o problema de tratamento e distribuição de água em Várzea Grande, Walace diz que vai começar por uma campanha de conscientização da população, combatendo a inadimplência e os “gatos”.
Ele apontou que 74% da água tratada é perdida no sistema de distribuição, desde a captação até chegarà casa do consumidor. “Parte dessa perda é na distribuição mesmo, devido aos canos antigos. Outra parte se perde pelos famosos ‘gatos’. O cidadão tem que entender que, para ter água, ele tem que arcar”, disse.

"Muito se perde com os 'gatos'. Para que a população tenha água, ela terá que arcar com os custos da água"
“Temos que fazer uma política de conscientização da população de Várzea Grande, de que existem direitos e deveres. Para que a população tenha água, ela terá que arcar com os custos da água. Claro que tem que ser uma água de qualidade. Mas para ter serviços de qualidade, tem que ter receita”, observou.
Assim como na saúde, Walace disse que pretende manter a gestão do DAE (Departamento de Água e Esgoto) pública. Porém, ele não descarta passar para a iniciativa privada, se perceber que os problemas são maiores do que a prefeitura consegue gerenciar.
“O sistema de água e esgoto pode ser gerido pelo município ou pela iniciativa privada, como em Cuiabá. Nosso projeto é um gerenciamento próprio. Mas o custo da água na casa do cidadão exige despesa. Se não tiver como investir, se o DAE não arrecadar e não vier investimento de fora, como é que eu vou fazer?”, disse.