LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Para o prefeito eleito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), o grande problema do município é a falta de um planejamento estratégico. Ele acredita que a cidade precisa de um “choque de capitalismo” e de gestão para solucionar os problemas.
“Falta um planejamento estratégico. Por isso, a cidade não se desenvolve economicamente. Mas, nós vamos fazer isso, e vamos fomentar a vocação de Várzea Grande”, garantiu o prefeito, em entrevista ao
MidiaNews.
“Temos que fazer choque de capitalismo e de gestão para resolver os problemas da cidade. E isso não se faz em quatro anos. Temos que fazer um planejamento estratégico de curto, médio e longo prazos. Há situações que têm que ser resolvidas de imediato, e situações que serão solucionadas por completo daqui a 20 ou 30 anos”, observou.
Apesar de ser o segundo maior município do Estado, com 250 mil habitantes, Várzea Grande é a terceira economia de Mato Grosso, perdendo para Rondonópolis, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística).
No setor econômico, Walace acredita que o município precisa investir na sua vocação para a indústria e o comércio e, assim, recuperar o posto de Cidade Industrial.
“Cada cidade tem que saber a sua vocação. A vocação de Várzea Grande tem que ser comercial ou industrial. Porque não somos contornados por terras férteis para plantar soja, algodão, arroz. As terras são fragilizadas. O que nos resta é buscar uma vocação baseada na agricultura familiar, no comércio e na indústria”, analisou.
O peemedebista afirmou que pretende alavancar a economia do município investindo na conscientização da população, para que os próprios várzea-grandenses ajudem a aquecer o mercado interno.
“Existem muitas microempresas na informalidade, que podemos regularizar. Além disso, é preciso conscientizar a população, para investir e comprar na cidade. Todo mundo vai para Cuiabá quando precisa de algo, e isso tem que mudar”, apontou.
“Para que abastecer seu carro em Cuiabá se você pode abastecer em Várzea Grande? É o mesmo valor. E você estará investindo na sua casa, gerando impostos para o desenvolvimento da sua cidade”, exemplificou.
Walace pretende, ainda, implantar um sistema de nota fiscal premiada, a exemplo do que ocorre em São Paulo, e sortear prêmios para os consumidores. Desse modo, ele quer estimular a formalização do comércio e evitar a sonegação.

"É preciso conscientizar a população, para investir e comprar na cidade. Todo mundo vai para Cuiabá quando precisa de algo, e isso tem que mudar"
“Quantas vezes você compra e nem pega o cupom fiscal? Vou adotar um sistema de nota fiscal premiada. Aumentar a base de arrecadação de impostos é fundamental para fomentar a receita do município”, disse.
Déficit e inadimplência Para Walace Guimarães, além de buscar modos aumentar a receita, a administração de Várzea Grande precisa enxugar gastos para resolver os problemas do município e da administração pública, que é deficitária.
“A receita do município é pequena demais. Muito aquém das demandas. Temos uma folha completamente inchada. De R$ 20 milhões que arrecadamos mensalmente, R$ 14 milhões vão para folha de pagamento. E a prefeitura não vive só de folha de pagamento. Temos muitos outros gastos”, observou.
Ele disse que espera receber uma “folha enxuta” do prefeito-tampão Maninho de Barros (PSD), que vem promovendo demissões em massa de contratados e comissionados, na tentativa de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Seu antecessor, Tião da Zaeli (PSD), também já vinha fazendo essas demissões para equilibrar as finanças do município.
Outro problema a ser resolvido são as dívidas como a União, principalmente com a previdência, que impedem o município de ser beneficiado com projetos do Governo Federal. “Nossa cidade encontra-se inadimplente de tudo, e não podemos receber verba federal. Então temos que resolver essa demanda”, afirmou.
“Várzea Grande não vai afundar. Eu ganhei a eleição, vou puxar a âncora e resgatar a cidade”, completou, otimista.