Greve na PRF vai afetar fiscalização e combate ao tráfico

As rodovias estaduais correm o risco de ficar sem fiscalização a partir da próxima semana. Isso porque os policiais rodoviários federais decidem, na quinta-feira (16), se irão ou não cruzar os braços em todo o país, a exemplo do que já acontece na Polícia Federal, desde a última terça-feira (7).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Mato Grosso, Paulo Vinícius Barros de Assis, uma greve da categoria acarretará na suspensão da fiscalização de atos ilícitos nas rodovias estaduais, como tráfico de drogas e crimes ambientais, bem como da emissão de boletim de acidentes.

“Se houver greve, apenas iremos manter 30% do efetivo trabalhando nos postos da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, com viaturas para atender apenas ocorrências de acidentes graves, com vítimas”, afirmou Assis, em entrevista ao MidiaNews.

Os demais acidentes de trânsito, sem gravidade, terão as ocorrências registradas apenas nos postos da PRF-MT.

Caso o indicativo de greve seja aprovado, a categoria pretende aguardar até a próxima semana, para que o Governo Federal os inclua na mesa de negociações.

Se nenhuma proposta for apresentada pela União, os 420 policiais rodoviários que atuam nas estradas mato-grossenses irão paralisar as atividades.

“A greve pode não acontecer, se o Governo decidir abrir uma mesa de negociações”, disse o presidente.

Assis afirmou que, caso a maioria vote favorável à paralisação das atividades, todos os postos de fiscalização da PRF-MT irão expor faixas de protesto, bem como mais outdoors serão espalhados por Cuiabá, Várzea Grande e as demais grandes cidades do Estado, explicando à população qual a razão da greve.

Além disso, os agentes da PRF-MT que estiverem em serviço irão usar uma tarja branca no braço direito, como protesto pelas atuais condições de trabalho, demonstrando sua insatisfação com o Governo Federal.

Reivindicações

Segundo o presidente do SINPRF-MT, a categoria pede por reajuste salarial, uma vez que a remuneração atual estaria defasada há 10 anos, e reconhecimento do cargo como nível superior.

Assis afirmou que, hoje, o salário inicial de um policial rodoviário federal é de R$ 5.080 e, apesar do nível superior ser obrigatório para assumir o posto, a carreira ainda é considerada e remunerada de acordo com o nível médio.

Com o reajuste pretendido, o salário inicial da categoria subiria para aproximadamente R$ 8 mil.

Além disso, a PRF-MT reclama do efetivo atual, que não seria satisfatório para atender à demanda do Estado. Segundo Assis, o ideal seria que Mato Grosso contasse com 800 policiais nas rodovias estaduais, mas possui apenas 50% desse contingente.