Cuiabá, Quarta-Feira, 3 de Dezembro de 2025
SUPOSTO GOLPE DA PIRÂMIDE
03.12.2025 | 08h25 Tamanho do texto A- A+

Justiça nega pedido de médico para suspender ação por esquema

Diego Rodrigues Flores é acusado de participar de golpe que lesou vítimas em todo o País

Alair Ribeiro/TJMT

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, que negou recurso do médico Diego Flores (detalhe)

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, que negou recurso do médico Diego Flores (detalhe)

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A Justiça de Mato Grosso negou recurso do médico Diego Rodrigues Flores, que buscava suspender a ação penal em que é réu por integrar um suposto esquema de pirâmide junto da empresária Taiza Tossat Elotério da Silva e do ex-policial federal Ricardo Souto Ratola. 

 

Indefiro o pedido de suspensão do processo, por não se enquadrar nas hipóteses abrangidas pela determinação do Supremo Tribunal Federal

A decisão é do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada nesta terça-feira (2).

 

O magistrado também determinou que a Polícia Civil entregue, em até 30 dias, os relatórios relacionados à quebra de sigilo bancário de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo investigado.

 

O médico, a empresária e o ex-PF respondem por lavagem de dinheiro, estelionato, crimes contra a economia popular e associação criminosa, por supostamente integrarem o esquema que teria feito vítimas em diversos estados.

 

A defesa de Flores pediu a suspensão do processo com base na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão nacional de ações envolvendo o uso de dados do COAF sem autorização judicial.

 

Ao analisar o pedido, o juiz destacou que a determinação não alcança o caso do médico, pois a própria decisão complementar do STF delimitou o alcance da suspensão.

 

O magistrado ressaltou que o processo não envolve anulação de relatórios ou retirada de peças investigativas que justificassem a paralisação da ação penal. Segundo ele, nenhuma das situações apontadas pelo STF se aplica ao processo. 

 

"Portanto, indefiro o pedido de suspensão do processo, por não se enquadrar nas hipóteses abrangidas pela determinação do Supremo Tribunal Federal", decidiu.

 

O suposto esquema

 

Conforme a investigação da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Taiza seria a líder do suposto esquema criminoso, no qual já foram oficialmente identificadas dezenas de vítimas e um prejuízo de ao menos R$ 2,5 milhões.

 

O MidiaNews apurou que a maioria das vítimas preferiu não registrar boletim de ocorrência contra a empresária. O número de lesados, conforme fonte da reportagem, pode chegar a 100 pessoas, que juntas teriam perdido mais de R$ 15 milhões. 

 

Entre 2021 e 2022, o escritório da DT Investimentos funcionou no Edifício Helbor Business, no Bairro Alvorada, na Capital. Taiza se apresentava como proprietária, enquanto seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores, se apresentavam como seus sócios.

 

Ricardo e Diego também foram alvos da Operação Cleópatra, e tiveram cumpridos contra eles mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens e valores e suspensão de atividades econômicas de empresas.

 

Na operação, entretanto, somente Taiza foi presa, por mandado, e seu marido pelo flagrante com materiais ilícitos. 

 

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