Cuiabá, Quinta-Feira, 7 de Agosto de 2025
14 ANOS DE CONFLITO
17.07.2012 | 14h48 Tamanho do texto A- A+

PM começa a retirar famílias de fazenda no Norte de MT

Ação de reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa 1, em Sorriso, começou em 1998

MidiaNews/Reprodução

Desembargador José Silvério Gomes havia suspendido cumprimento, mas revogou decisão

Desembargador José Silvério Gomes havia suspendido cumprimento, mas revogou decisão

ALEXANDRE APRÁ
DO MIDIAJUR
Após 14 anos de conflito, a Fazenda Santa Rosa 1, localizada no município de Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá), finalmente, deve voltar aos proprietários.

Cerca de 130 homens da Polícia Militar estão no local, desde as primeiras horas desta terça-feira (17), cumprindo a decisão judicial transitada em julgado que determinou a reintegração de posse aos donos.

De acordo com a PM, a operação começou de madrugada e houve um acordo entre os assentados. As 250 famílias assentadas têm um prazo de cinco dias para deixar a fazenda, cuja área é de 33 mil hectares.

Alguns dele, inclusive, já começaram a sair da propriedade e vão ficar abrigados em um ginásio, localizado no Distrito de Boa Esperança, que fica na área rural de Sorriso.

A reintegração deveria acontecer no mês passado. Entretanto, uma liminar proferida pelo desembargador José Silvério Gomes, em um mandado de segurança, suspendeu a reintegração. Dias depois, o TJ extingiu o recurso sem julgamento de mérito.

Alguns dos assentados tentaram entrar com embargos de terceiro junto à Comarca de Sorriso. Entretanto, o juiz local já arquivou todos os embargos, alegando que não há mais discussão sobre o tema, já que a ação já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recursos.

A defesa dos assentados chegou, inclusive, a pedir o afastamento do juiz que instruía o processo. Um novo magistrado foi designado, mas ele manteve a decisão de dar cumprimento à reintegração de posse, alegando que não cabem mais recursos.

A defesa dos donos da área alega que manobras jurídicas estão sendo feitas pelos advogados dos assentados para protelar a reintegração.

“A Justiça já vem arquivando todos os embargos de terceiros que estão sendo protocolados porque não há mais o que discutir. E, mesmo assim, os advogados desses supostos assentados continuam insistindo nesses meios protelatórios. Mas, a Justiça está sendo feito e a reintegração devidamente cumprida”, explicou um dos advogados dos donos da área.

O produtor rural Dante Conselvan, um dos proprietários da fazenda, chegou a denunciar que grandes fazendeiros e latifundiários haviam invadido as terras.

Eles teriam negociado com o Incra, que negou fazer a desapropriação, por falta de condições técnicas e jurídicas para tal. Conselvan também acusou políticos de atuarem para beneficiar os fazendeiros invasores. Leia mais AQUI.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

vanderly  20.07.12 14h31
os depejos de trabalhadores sao uma injustiça,e o pior é a falta de vontade do Incra em cumprir as minimas funçoes,ja que as familias foram colocadas pelo orgao.
0
0
Paulo  17.07.12 16h09
Justiça seja feita.
4
3
Heródoto  17.07.12 15h49
Por que "assentados"? Que órgão os assentou?Precisam sair e devolver a terra para os proprietários. Além disso, pagarem indenização por quatorze anos de ônus e degradação da área aos proprietários.
11
3