Cuiabá, Sábado, 25 de Outubro de 2025
GREVE NA EDUCAÇÃO
28.05.2019 | 16h00 Tamanho do texto A- A+

Mendes mostra "dificuldade financeira"; deputados pedem diálogo

Parlamentares pediram que Executivo não faça "enfrentamento" contra servidores que estão em greve

Jardel da Silva/Assessoria

O governador Mauro Mendes: reunião com deputados

O governador Mauro Mendes: reunião com deputados

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O governador Mauro Mendes (DEM) convocou os deputados estaduais para uma reunião no final da manhã desta terça-feira (28), no Palácio Paiaguás, para falar sobre a greve dos profissionais da Educação.

 

O democrata apresentou os números do Executivo e disse já ter “ultrapassado” os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com folha salarial.

 

Segundo Mendes, cumprir a lei da dobra do poder de compra seria ultrapassar ainda mais os limites da LRF. Atualmente, o estouro da folha é de 58,55%, sendo 49% o limite máximo.

 

A lei da dobra foi aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos.

 

Ficar falando em corte de ponto, demissão, desqualificando o movimento, é negativo. Ele reconheceu que certas falas não foram positivas

“Colocamos para o governador que ele tem que se reunir mais com representantes da Educação. É um direito constitucional que eles estão cobrando. Ele alegou que não sabe de onde tiraria para pagar, porque já está com o limite ultrapassado e se pagar vai ultrapassar ainda mais. Inclusive, colocando em risco o planejamento de voltar a pagar a Revisão Geral Anual [RGA]”, disse o deputado João Batista (Pros).

 

Segundo Batista, os parlamentares presentes no encontro pediram um maior diálogo do Governo com os representantes para evitar um enfrentamento.

 

O deputado Lúdio Cabral (PT) defendeu que o Executivo apresente alguma proposta concreta de pagamento sobre a lei da dobra e da RGA.

 

“Nós argumentamos que ninguém entra em greve porque quer, porque acha bonito. Greve é o último recurso. Em greve, todo mundo perde e não se abre mesa de diálogo. Pedimos que busque um discurso de diálogo, não de enfrentamento. Ficar falando em corte de ponto, demissão, desqualificando o movimento, é negativo. Ele reconheceu que certas falas não foram positivas. E tem que apresentar algo de objetivo para encontrar um acordo com os sindicalistas”, afirmou.

 

A presidente interina da Assembleia Legislativa, deputada Janaina Riva (MDB), disse que o Legislativo deverá intermediar um diálogo entre os sindicalistas e o Executivo.

 

"O governador deixou claro que está disposto a dialogar, mas que a prioridade é pagar a RGA para todas as categorias assim que houver equilíbrio em nossa lei de responsabilidade fiscal”, disse.

 

No encontro, Mendes se comprometeu em agendar um encontro com os sindicalistas ainda nesta semana.

 

“O governador já disse que vai receber os professores na sexta-feira. Muda muito o nível do debate quando trata com respeito, priorizando o diálogo. Isso aumenta a perspectiva de uma solução plausível”, afirmou Janaina.

 

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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Daniel  29.05.19 10h16
Espero que dessa vez mantenha a promessa de cortar o ponto dos grevistas.
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Arnaldo Leite Albquerque  28.05.19 21h59
Até que em fim estes deputados fizeram algo que presta, parabéns.
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alex r  28.05.19 16h30
Peguem ai aumentos comissionados tiveram reajuste de 25% então estamos em crise? aumentos de duodecimos, estamos em crise? aumento de RGA para os outros poderes , estamos em crise?
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aloísio  28.05.19 16h16
Independentemente de greve, está em curso uma onda de desqualificar o funcionalismo público, apregoando que essa é a categoria que pouco trabalha e tem salário exorbitante. Em relação a isso, dá para separar o joio do trigo. Os super salários não estão com os professores. Longe disso. Dizer que, aqui em MT, o professor recebe um dos maiores salários do país pago à categoria, não cola. Basta responder a essa pergunta: quanto o professor daqui recebe a mais? Aquilo que é pago em relação a outros estados corresponde às condições dignas de trabalho? Basta visitar a escola de seu bairro e verá. É uma pena que, em momento de estado de greve, a leitura que é feita seja apenas de reivindicação salarial. Talvez, isso também explica a excitação do Senhor Secretário cortar o ponto dos professores. Isso é estratégico para o Estado não só colocar ponto final na greve mas também evitar diálogo com os professores. Grande museu de novidades!
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