LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Oficiais do Corpo de Bombeiros enfrentaram muitas dificuldades para apagar as chamas de um incêndio no depósito da loja Megasom, na noite de segunda-feira (3), no Centro da Capital.
Foram seis horas de operação e 32 bombeiros atenderam a ocorrência, entre os oficiais em serviço e os voluntários.
A dificuldade de acesso com os carros de combate às chamas na Rua Antônio João, que dá para os fundos do depósito, bem como a dependência da eficiência de concessionárias de rede de energia elétrica e de abastecimento de água, foram alguns dos obstáculos destacados pelo comandante do 1º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar), tenente-coronel Sílvio Bernardes dos Santos.
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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Fundos do depósito da Megasom, que foi consumido pelo fogo, na noite de segunda-feira
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Segundo ele, o combate ao fogo começou pela frente do depósito, na Prainha. Devido à grande quantidade de material inflamável no local, como instrumentos musicais e capas de proteção, o fogo se alastrou para os fundos do prédio, obrigando os bombeiros a arrombar a porta dos fundos, retirar mercadorias do estoque e deixá-las no calçadão, enquanto invadiam o prédio e subiam para o segundo andar do edifício.
“Tivemos que arrombar a porta, chamamos o dono para ficar de olho na mercadoria que foi colocada para fora do prédio e começamos a combater o fogo de dentro para fora”, disse o tenente-coronel Sílvio, em entrevista ao
MidiaNews.
Força-tarefaQuem coordenou as operações no local foi o major Aluízio Metelo, também do 1º BBM, que destacou a importância da força-tarefa montada nessas ocasiões para que o trabalho dos bombeiros seja satisfatório.
Além do corte de energia feito pela concessionária responsável - a Rede Cemat-, para evitar que novos curtos-circuitos acontecessem na região e também para facilitar o acesso dos oficiais ao segundo andar do prédio, o Corpo de Bombeiros precisou do auxilio dos agentes de trânsito da SMTU (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos) e do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, para isolar o tráfego na região.
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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Número de hidrantes na Capital é aquém do necessário, segundo os bombeiros
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A Polícia Militar também teve trabalho para conter os curiosos no local. Segundo o major Metelo, um homem acabou sendo preso na tentativa de se aproximar do prédio em chamas.
A falta de hidrantes em pleno funcionamento e de fácil acesso no Centro da Capital também foi destacada pelo oficial.
“O número de hidrantes, hoje, é aquém do necessário. Os poucos que existem ainda possuem as saídas obstruídas por colunas e paredes de lojas. A água não tem pressão e, se fôssemos esperar a concessionária fechar o abastecimento na região para canalizar no hidrante mais próximo, o atendimento iria demorar”, afirmou Metelo.
Por essa razão, os bombeiros acabaram fazendo uso de um centro de abastecimento existente na região do Porto.
Ao todo, nove viaturas dos bombeiros foram usadas na operação. Dentre elas, cinco carros eram de combate ao fogo. Dois carros participaram diretamente da operação, enquanto os outros três foram utilizados para realizar o abastecimento necessário, se deslocando do local da ocorrência até o centro de abastecimento mais próximo.
De acordo com os oficiais, o tempo levado entre o registro da ocorrência na central dos bombeiros e da chegada das viaturas no local foi de nove minutos.
“Recebemos a chamada às 16h44. Saímos da base do Verdão e chegamos ao local às 16h53”, afirmou o comandante.
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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Major Metelo, que coordenou a operação de combate ao fogo na região central da Capital
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Tempo secoConforme os bombeiros, esse é o período do ano em que mais se registram incêndios na área urbana, devido ao tempo seco. Em média, os bombeiros realizam três atendimentos por dia.
Ontem, durante o atendimento no Centro, os bombeiros ainda tiveram que atender a um incêndio em uma casa localizada no Residencial Coxipó e a uma suspeita de princípio de incêndio no bloco “F” da Unic (Universidade de Cuiabá), no campus localizado na Avenida Beira-Rio.
Este último caso, porém, não foi confirmado como incêndio, segundo os oficiais.