LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Mais de 140 bairros e residenciais da Capital podem ficar com os serviços de abastecimento e esgotamento sanitários deficitários, a partir de terça-feira (21), caso os 550 trabalhadores da CAB Cuiabá mantenham a decisão de entrar em greve.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Saneamento da Capital (Sintaesa), Ideueno Fernandes, até a manhã desta segunda-feira (20), nenhuma reunião foi agendada com a diretoria da concessionária, e a paralisação dos serviços é iminente.
“Protocolamos na sexta-feira (17) e entregamos nas mãos do diretor da CAB Cuiabá, Ítalo Joffily, o documento constando os itens prioritários a serem atendidos pela empresa para evitar a paralisação dos serviços amanhã, mas, até o momento, não recebemos resposta”, afirmou.
Ideueno alega, porém, que ainda aguarda uma reunião com a diretoria da empresa para até o final da tarde de hoje, a fim de evitar a suspensão dos serviços
Mary Juruna/MidiaNews
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Na sexta-feira (17), indicativo de greve foi aprovado pelos trabalhadores
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Caso contrário, uma nova assembleia será realizada na manhã de terça-feira, no Carumbé, onde fica a sede da empresa, para dar início imediato ao movimento de paralisação.
ReivindicaçõesAo todo, a pauta de reivindicações da categoria possui 62 itens, dos quais três foram elencados como prioritários para evitar a greve: reajuste salarial de 12%, expansão do plano de saúde contratado pela empresa para os dependentes dos funcionários e aumento no valor dos benefícios concedidos para alimentação e refeição.
“A empresa ofereceu um reajuste de 6%, que repõe apenas o que foi perdido com a inflação. Nós queremos que o piso salarial, que hoje é de R$ 734, seja reajustado para R$ 1 mil. Além disso, a nossa prioridade é a questão do plano de saúde, para que atenda aos dependentes e que a empresa assuma 100% dos custos do plano, porque hoje ela paga 90% e o trabalhador, 10%”, afirmou.
Além disso, os valores pagos pela CAB Cuiabá em vales alimentação e refeição, que hoje são de R$ 120 (mensal) e R$ 18 (por dia de trabalho), também são questionados.
A empresa já havia feito a proposta de aumento para R$ 126 de vale-alimentação e R$ 19 por dia de trabalho de vale-refeição, mas Ideueno alega que os valores estão abaixo do solicitado pelos trabalhadores.
“Os trabalhadores querem R$ 250 de vale-alimentação e R$ 25 por dia de vale-refeição”, disse.
Reflexo da greve
Caso a greve seja deflagrada, apenas 30% dos trabalhadores serão mantidos prestando atendimento à população, o que deve comprometer ainda mais a qualidade dos serviços prestados pela concessionária à população.
Arquivo Pessoal
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Qualidade da água fornecida pela CAB Cuiabá em alguns bairros deixa a desejar, reclamam moradores
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Atualmente, a empresa já é alvo de inúmeras reclamações de usuários, seja por problemas no fornecimento de água quanto pela qualidade do produto oferecido (leia mais
AQUI).
Durante a última greve da categoria, realizada quando da transição dos serviços da antiga Companhia de Saneamanto da Capital (Sanecap) para a CAB Cuiabá, a população sofreu com problemas de quebra de redes de distribuição e interrupção do fornecimento de água.
Apesar de durar cerca de uma semana, o número insuficiente de equipes de trabalho nas ruas fazia com que a restauração dos problemas demorasse mais tempo do que o normal.
“A sociedade sofreu com a manutenção mais demorada. Porque serviços que demoram um dia, acabam levando três ou quatro dias para serem concluídos”, explicou o presidente do Sintaesa.
Outro ladoPor meio de nota, a assessoria de imprensa da CAB Cuiabá afirmou que ainda aguarda do sindicato dos trabalhadores do saneamento o encaminhamento dos itens definidos pela entidade sobre o acordo coletivo de 2013/2014.
A empresa diz que essas negociações se tratam de “um processo normal, pelo qual todas as empresas passam anualmente e a companhia trata com o devido respeito e importância”.