LISLAINE DOS ANJOS E MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
Cerca de 30 estudantes do campus de Sinop (500 km ao Norte da Capital), da Universidade Federal de Mato Grosso, que estavam acampados no prédio da Reitoria, na Capital, receberam ordem da Justiça para desocupar o local, na tarde desta quarta-feira (14).
A reintegração de posse, assinada pelo juiz da 3ª Vara Federal, Cesar Bearsi, determina a desocupação imediata da reitoria e de qualquer outro espaço universitário, sob pena dos estudantes terem que pagar uma multa de R$ 1 mil por dia.
O documento autoriza o uso de força policial, caso haja descumprimento da decisão.
Os alunos ocupam a sede da Reitoria, desde o último dia 5, para reivindicar melhorias urgentes na infraestrutura do campus de Sinop.
Eles também chegaram a ocupar o Protocolo Central da universidade por 24 horas, mas deixaram o local hoje, após a reitoria abrir novamente as negociações com os alunos.

"Há um problema sério na instalação elétrica do hospital, pois quando você liga um aparelho o outro desliga"
ReivindicaçõesSegundo a estudante de Medicina Veterinária e uma das líderes do movimento, Amanda Souza, a ocupação se deu pela falta de negociação e de respostas concretas da reitoria da UFMT do campus de Sinop.
Os estudantes denunciam a falta de professores e técnicos na unidade, bem como a precariedade da biblioteca – que não acolhe nem 100 alunos do total de três mil estudantes da universidade – e a disponibilidade de apenas quatro computadores para uso de todos os alunos – sendo que um está estragado.
“Existem outros computadores, mas eles estão disponíveis apenas para o uso em sala de aula. E o acervo de livros da biblioteca é escasso”, afirmou a estudante.
A falta de equipamentos e materiais didáticos nos laboratórios também foi apontada, bem como a inoperância do Hospital Veterinário do campus, que está fechado por falta de infraestrutura, e a ausência de guarita na unidade.
“Há um problema sério na instalação elétrica do hospital, pois quando você liga um aparelho o outro desliga”, disse.
A reitoria do campus de Sinop chegou a apresentar uma proposta de ativação do hospital dentro de 60 dias, o que foi visto com incredulidade pelos estudantes.
“Essa proposta está totalmente fora da realidade, pois sabemos que esses casos são lentos. A gente sabe, por exemplo, que só o processo licitatório para reforma do hospital demoraria uns 60 dias. Então a reitoria dizer que o hospital funcionará em 60 dias está fora da realidade. Queremos uma proposta palpável”, disse.
Os estudantes reclamam ainda que precisam andar pelos corredores em um busca de salas vagas para terem aula, do contrário a aula é suspensa.
ParalisaçãoO movimento começou no dia 22 de julho, quando, em assembleia-geral, os estudantes decidiram pela paralisação do campus de Sinop.
Como nada foi resolvido, eles, então, decidiram vir ao campus de Cuiabá para ocupar a Reitoria Central da UFMT.
Outro ladoO
MidiaNews tentou contato com a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, mas ela não retornou às ligações feitas para o seu celular.
A reportagem também ligou para a assessoria da UFMT, em Cuiabá, mas ninguém atendeu às ligações.