LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Os trabalhadores da CAB Cuiabá decidiram suspender a greve agendada para ter início nesta terça-feira (21).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental (Sintaesa), Ideueno Fernandes, houve um avanço nas negociações com a empresa e uma nova assembleia será realizada na próxima sexta-feira (24) com a categoria para decidir o que será feito.

"A empresa propôs repor o período da inflação e abrir o plano de saúde para os dependentes"
“A CAB Ambiental encaminhou ao sindicato uma nova proposta e os trabalhadores entenderam que houve um avanço significativo. Então, eles decidiram suspender a greve para não fechar as portas da negociação. A greve tem que ser o último recurso”, disse o sindicalista.
Segundo Fernandes, a empresa ofereceu reposição salarial do que foi perdido com a inflação – cerca de 7% - acrescidos de 0,5% de ganho real –, além de estender o benefício do plano de saúde para os dependentes dos funcionários.
“A empresa propôs repor o período da inflação e abrir o plano de saúde para os dependentes. Como o ganho em cima do plano de saúde é bom, as pessoas estão colocando na balança que vale a pena ter apenas a reposição da inflação e ganhar essa adesão do plano de saúde para a família”, afirmou.
No entanto, a proposta feita pela empresa não contempla totalmente aquilo que foi solicitado pelos trabalhadores, que querem que a CAB Cuiabá assuma os custos adicionais que a inclusão de dependentes acarretaria.
“A proposta é de que os trabalhadores assumam o pagamento do valor do plano de saúde para os dependentes. Aí que eles divergem um pouco porque daria R$ 101 para cada dependente. Veja esse exemplo: um servente que ganha em torno de R$ 800, se ele tiver uma esposa e dois filhos, aumentaria em mais R$ 300 as despesas no salário. Ou seja, ele receberia apenas R$ 500 no final do mês”, explicou Fernandes.

"Se não sanarmos essas divergências, voltamos a falar de greve na sexta-feira"
O presidente do Sintaesa afirmou que os trabalhadores apenas irão aceitar dar fim à possibilidade de greve se os benefícios do plano de saúde atenderem à todos da categoria.
“Eles aceitam desde que a proposta contemple as pessoas que ganham os menores salários na empresa, porque tem gente que ganha um salário tão baixo que não dá para colocar a família inteira no plano. Se não sanarmos essas divergências, voltamos a falar de greve na sexta-feira”, disse.
ReivindicaçõesAo todo, a pauta de reivindicações da categoria possui 62 itens, dos quais três foram elencados como prioritários para evitar a greve: reajuste salarial de 12%, expansão do plano de saúde contratado pela empresa para os dependentes dos funcionários e aumento no valor dos benefícios concedidos para alimentação e refeição.
Segundo o representante sindical, o piso atual dos trabalhadores é de R$ 756 e, com a reposição do valor perdido com a inflação – conforme foi oferecido pela empresa – o piso salarial subiria para R$ 805,96.
Além disso, os valores pagos pela CAB Cuiabá em vales alimentação e refeição, que hoje são de R$ 120 (mensal) e R$ 18 (por dia de trabalho), também são questionados.
A empresa já havia feito a proposta de aumento para R$ 126 de vale-alimentação e R$ 19 por dia de trabalho de vale-refeição, mas Ideueno alega que os valores estão abaixo do solicitado pelos trabalhadores.
“Os trabalhadores querem R$ 250 de vale-alimentação e R$ 25 por dia de vale-refeição”, disse.
A proposta feita pela empresa na segunda-feira (20) oferece R$ 20 por dia de trabalho de vale-refeição e R$ 130 de vale-alimentação (mensal).