Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
GREVE NO METROPOLITANO
25.06.2013 | 14h04 Tamanho do texto A- A+

Sem receber, hospital já deixou de atender 500 pessoas

Dívida do Estado com a unidade seria de mais de R$ 9 milhões; SES nega

Robson Silva/Secom-VG

Hospital Metropolitano: pelo menos 500 pessoas deixaram de ser atendidas

Hospital Metropolitano: pelo menos 500 pessoas deixaram de ser atendidas

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Mais de 500 atendimentos deixaram de ser realizados pelo Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, desde o início da greve dos médicos da unidade, deflagrada na manhã da última sexta-feira (21).

De acordo com o diretor técnico do Metropolitano, Alberto Bicudo, aproximadamente 150 consultas são realizadas diariamente na unidade (exceto aos sábados e domingos). Além disso, 15 cirurgias ortopédicas são feitas por dia no hospital de segunda a sábado.

"Todo o faturamento do Metropolitano cai na conta do Estado, não do hospital. Não sabemos por qual razão os repasses dos dois últimos meses não foram feitos"

A paralisação dos médicos foi motivada por atrasos nos repasses mensais feitos pelo Governo do Estado ao Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), organização social responsável pela administração do Metropolitano, por meio de contrato assinado com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

“O Governo Federal paga todos os procedimentos realizados por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) em dia e isso pode ser visto no Portal Transparência. Mas todo o faturamento do Metropolitano cai na conta do Estado, não do hospital. Não sabemos por qual razão os repasses dos dois últimos meses não foram feitos”, disse, em entrevista ao MidiaNews.

Por mês, deveriam ser repassados pelo Estado à conta do Metropolitano R$ 2,1 milhões. O atraso nos repasses, conforme o Ipas, acaba por comprometer o cumprimento da folha de pagamento dos funcionários, bem como o pagamento de débitos contraídos com fornecedores e as demais despesas para manutenção do hospital.

Mais débitos

Outro ponto de impasse entre o Ipas e o Estado é a respeito dos procedimentos especializados que foram realizados e que não são cobertos integralmente pelo SUS, razão pela qual foram usados recursos do fundo de reservas da unidade e que, posteriormente, se transformaram em dívidas.

De acordo com Bicudo, há uma dívida da SES com a unidade estimada em R$ 5 milhões. Com isso, o débito do Estado com a unidade seria de mais de R$ 9 milhões.

Esse valor é referente à realização de quase 100 cirurgias ortopédicas de alto custo – para as quais foram adquiridas próteses não cobertas pelo SUS – e que teriam sido determinadas pela Justiça, bem como 62 cirurgias bariátricas.

"Para a gente o mais importante são os pagamentos dos repasses mensais que estão atrasados, porque envolve pagamento de salários e manutenção do hospital"

Nesse montante estão inclusos ainda aproximadamente 70 procedimentos de assistência (entre cirurgias e fornecimento de medicação por seis meses) a mais de 25 mulheres infectadas por micobactéria em uma clínica de estética da Capital, em 2012.

“Para a gente, o mais importante são os pagamentos dos repasses mensais que estão atrasados, porque envolve pagamento de salários e manutenção do hospital. A dívida de R$ 5 milhões pode ser repactuada e paga em parcelas”, afirmou o diretor.

Reunião

Bicudo afirmou que uma nova reunião para “encontro de contas” será realizada entre as partes às 18h desta terça-feira (25), quando será avaliada a proposta feita pelo Estado para quitação dos débitos.

Caso a proposta seja aprovada, o atendimento na unidade voltaria ao normal já na quarta-feira (26).

“Se tudo for resolvido hoje, os médicos retornarão ao trabalho imediatamente”, afirmou.

Outro lado


Ao MidiaNews, a SES afirmou, por meio de assessoria, que reconhece apenas um mês de repasse em atraso, no valor de R$ 2,105 milhões.

A pasta afirmou que está com diálogo aberto com a categoria e discutindo os pontos referentes às dívidas não reconhecidas pelo Estado, devendo se posicionar sobre o caso ainda hoje.

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Mariana  26.06.13 08h07
É um absurdo o ESTADO não assumir suas responsabilidades com a população que tme recebido um atendimento de qualidade no Hospital Metropolitano, a agilidade nas consultas, exames e até cirurgias, que normalmente aguardamos anos na fila do SUS, o que estava funcionando, sendo modelo de excelência ao atendimento a população foi paralisado e quem sofre as consequências é a população. O ESTADO deveria se preocupar em pagar suas dividas para que o trabalho funcione, sabemos bem a situação dos pronto socorros da região, e uma gestão que funcione deve ser valorizada.
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João Zacarias  26.06.13 02h16
João Zacarias, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
João cuiabano  25.06.13 23h39
E falam que as OSS não realizam procedimentos, em 2 dias úteis foram deixados de atender 500 pacientes!!!! Isso é bem mais que muitas unidades de saúde!!!!
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carlos  25.06.13 19h49
E' hora da turma da manifestacao invadir o palacio onde fica o sr.Silval e cobrar explicacoes. E' facil resolver. POVO NELE!
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Jean   25.06.13 15h51
Cadê o MP que não vê isso? Grana para Copa tem mas para a saúde não!
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