LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
As obras para reforço do Canal da Prainha, na Avenida Tenente-Coronel Duarte, já começaram a mudar o trânsito na região e, a partir de quinta-feira (26), também irão alterar a rotina dos usuários de transporte coletivo. É que os ônibus estarão proibidos de fazer a conversão à esquerda para subir a Avenida Dom Bosco.
Nos horários de pico, como início da manhã e fim da tarde, o congestionamento no local, nos dois sentidos, é grande, uma vez que houve estreitamento das pistas, com uma faixa de rolamento de cada lado totalmente interditada.
Atualmente, as escavações estão sendo feitas no trecho compreendido entre o entroncamento da Prainha com as avenidas XV de Novembro e Dom Bosco – entre o ginásio de esportes do Colégio Salesiano São Gonçalo e a papelaria Rodarte.
Para avanço da obra na via, será necessário o bloqueio do cruzamento da via com a Avenida Dom Bosco, o que irá afetar não apenas o trajeto dos motoristas que se acostumaram a usar a rota como o itinerário das seguintes linhas de ônibus: 402 – Itamarati/Centro; 403 – Pedregal/Centro; 411 – Renascer/Centro; e 412 – Planalto/Centro.
Tais linhas não mais irão trafegar pelas avenidas Dom Aquino e Dom Bosco e pelas ruas Joaquim Murtinho, Barão de Melgaço e Generoso Ponce.

"Na quinta-feira, aquele trecho vai amanhecer bloqueado. As pessoas estão sendo informadas para onde serão mudados os pontos de ônibus e, na quarta-feira (25), depois das 23h, o consórcio já inicia as escavações ali"
Os usuários dessas linhas deverão fazer o embarque e desembarque no ponto da Praça Maria Taquara, localizada na Rua Clovis Hugueney, esquina com a Prainha.
Outra linha que terá o trajeto alterado é a 205 – Residencial Paiaguás/Centro, que deixará de passar pelas ruas 13 de Junho, Major Gama e Prainha.
No entanto, o ponto de embarque e desembarque localizado na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Cine Teatro Cuiabá, não será alterado.
Bloqueio necessárioSegundo o diretor de Trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU), Carlos Dantas, a medida é necessária para que o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, responsável pela obra, possa dar continuidade aos trabalhos.
“Na quinta-feira [26], aquele trecho vai amanhecer bloqueado. As pessoas estão sendo informadas para onde serão mudados os pontos de ônibus e, na quarta-feira [25], depois das 23h, o consórcio já inicia as escavações ali, porque eles precisam avançar pelo cruzamento”, disse.
Ele orientou os motoristas a tomarem caminhos alternativos para seguirem para Várzea Grande ou para quem sai da Cidade Industrial em direção à Capital, passando a evitar a Ponte Júlio Müller e optando pela travessia pelas pontes Nova e Sérgio Motta.
“Para sofrer menos, o motorista já deve começar a sair mais cedo de casa e buscar essas pontes, porque a Ponte Velha [Júlio Müller], na saída do Atacadão, já está em uma situação difícil, com as obras do VLT acontecendo ao lado da ponte e as obras da XV de Novembro que devem começar em até 20 dias. Para chegar à Várzea Grande, vai ser meio sofrido”, afirmou.
Entre as rotas alternativas para evitar a Prainha, nos dois sentidos, Dantas orientou os motoristas a descerem pela via lateral ao Colégio Coração de Jesus, a fim de cair na XV de Novembro – enquanto o bloqueio não é feito.
“Você também pode ir mais longe, pelos fundos da Acrimat [Parque de Exposições Jonas Pinheiro], ali pela General Mello ou pela General Valle. São as maneiras que você tem”, disse.
Edson Rodrigues/Secopa
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Uma faixa de rolamento de cada lado da avenida foi bloqueada para o avanço da obra
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Outra orientação dada aos motoristas que seguem para Várzea Grande é descer pelas ruas 13 de Junho e Barão de Melgaço, que são paralelas à Prainha.
A obraO reforço do canal é essencial para a implantação da via permanente do Eixo 1 (CPA-Aeroporto) do VLT, por onde o modal irá passar.
O Consórcio VLT afirmou ter optado por um método construtivo que vai causar impacto mínimo na estrutura do canal, que tem cerca de 2 km de extensão, entre a Avenida XV de Novembro, no Porto, até próximo à sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA).
A obra prevê a execução de estacas nas laterais do canal e a colocação de lajes sobre a estrutura original do córrego, de forma a construir um reforço supracanal, sem apoiar na atual estrutura, auxiliando na sua preservação.
Isso, segundo o consórcio, diminui significativamente a quantidade de obras no local. Eles afirmam que o maior fluxo de trabalho será realizado no período noturno, com objetivo de reduzir o impacto no trânsito na região.
Avanço da obraAs atividades nos demais trechos, porém, ainda dependem da autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para serem executadas.
No momento, o órgão está analisando os relatórios de resgate arqueológico feitos pelo consórcio na região.
O cuidado é necessário devido ao Córrego da Prainha ser uma estrutura histórica em Cuiabá e, portanto, precisa ser preservado.
Pedro Alves/MidiaNews
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Fazer conversão à esquerda para acessar a Avenida Dom Bosco será proibido
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Segundo o consórcio, a área foi minuciosamente estudada pelas equipes de engenharia civil (projetista e de produção) e ambiental, incluindo arqueologia e sondagens usando um scanner sobre o canal, que verificou a profundidade do córrego e outros elementos importantes para a definição do método construtivo.
VLTO reforço do Canal da Prainha está incluso no pacote do VLT, orçado em R$ 1,477 bilhão e com prazo de entrega para 13 de março de 2014.
Previsto para ser implantado em dois eixos (CPA-Aeroporto e Coxipó-Centro), o VLT deverá passar pelos canteiros centrais das principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande: Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), FEB, XV de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa.
O projeto inclui não apenas a implantação dos trilhos, a construção dos vagões do metrô de superfície e o reforço do canal da Prainha, mas também a execução de 12 obras de arte – cinco viadutos, quatro trincheiras e três pontes – ao longo dos 22,2 km de trajeto do VLT.
Segundo o último relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), com base em 31 de julho deste ano, o consórcio já executou 37,98% da obra.