Cuiabá, Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025
CASO PAULO MARTINI
11.04.2012 | 16h11 Tamanho do texto A- A+

Acusado de vender sentença, juiz será ouvido no Tribunal

Magistrado foi acusado por produtor rural de comandar "máfia", na cidade de Sinop

MidiaNews/Reprodução

Juiz Paulo Martins, que será ouvido em audiência de instrução pelo Tribunal de Justiça

Juiz Paulo Martins, que será ouvido em audiência de instrução pelo Tribunal de Justiça

LAICE SOUZA
DO MIDIAJUR
Já está marcada para o próximo mês a audiência de instrução do processo administrativo disciplinar que o juiz Paulo Martini, da Comarca de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), responde no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O processo, que tramita em segredo de Justiça, está sob a relatoria do desembargador Manoel Ornellas de Almeida.

O juiz é investigado pelo TJ desde 2006, após denúncia feita na Corregedoria Geral da Justiça, que instaurou sindicância para apurar o caso. Ele foi acusado da prática de venda de sentença, o que configuraria falta grave e cabível de aposentadoria compulsória. No fim da sindicância, foi aberto em 2008 um processo administrativo disciplinar e, desde então, o processo não teve nenhuma decisão.

A demora no julgamento chamou a atenção do Conselho Nacional de Justiça, que investiga o caso. O CNJ já notificou o TJMT e aguarda um posicionamento para explicar os motivos que levaram à protelação na solução desse processo. O prazo para resposta termina nesta semana.

Denúncia

O produtor rural Clayton Arantes, de Sinop, fez várias denúncias contra o juiz Paulo Martini, titular da 1ª Vara Cível da Comarca do município. Ele chegou a fazer uma greve de fome, em frente ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no ano passado.

Na época, Arantes classificou o magistrado de "mafioso" e "vendedor de sentenças".

"Como se pode apurar, Martini é um contumaz vendedor de sentenças do fórum de Sinop, como atestam várias outras denúncias. Ele é notoriamente corrupto e, inclusive, responde a processo no próprio Tribunal de Justiça, oriunda de uma denúncia do Ministério Público Estadual", afirmou o produtor.

Litígio 

As denúncias do produtor rural foram motivadas pela transação comercial de uma propriedade de 2222 hectares, que fica entre os municípios de Sinop e Santa Carmem, que Arantes adquiriu em 1998, por R$ 450 mil.

Segundo ele, o ex-proprietário, Adão Rodrigues, entrou na Justiça para reaver 968 hectares.

"Hoje, a área sob litígio, está avaliada em R$ 18 milhões. O fato é que a máfia comandada pelo juiz Paulo Martini entrou em um esquema e não reconhece o meu direito. Por isso, tive que partir para esse protesto radical para fazer valer meus direitos", disse o produtor.

Arantes afirmou que a propriedade recebeu investimentos nos últimos 14 anos. "Abrimos lavouras e usamos o título de propriedade para conseguir financiamentos junto a bancos e empresas, onde as matrículas da área foram hipotecadas como garantia de pagamento", explicou.

Segundo o produtor rural, a distribuição dos processos no Fórum de Sinop evidencia o "sistema de fraude liderado por Paulo Martini".

"No esquema, há advogados que negociam com seus clientes causas consideradas perdidas. O vendedor de sentença oferece à parte o ganho de causa mas, para isso, terá que dividir parte do valor com o juíz e advogados", disse .

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Ondino Lima Neto  12.04.12 10h01
Essa moda pegou no País inteiro.
0
0
Marcos Jose  12.04.12 08h01
Marcos Jose, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Rubens   12.04.12 07h33
A questão não é saber perder e sim saber lutar. Se está sendo injustiçado deve sim procurar seus direitos.
0
0
Henrique Mattos  11.04.12 20h22
Henrique Mattos, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Ademar Adams  11.04.12 20h13
Ademar Adams, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas