KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A empresária Calisângela de Moraes, 36, em depoimento na tarde desta segunda-feira (4), na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse à delegada Anaíde de Barros que não sabia da intensidade do relacionamento de seu marido, Rogério Amorim, 38, com a adolescente Maiana Mariano Vilela, 16.
“Ela disse que achava que Maiana era 'só mais uma'. Ela admitiu que o marido teve várias amantes e que ela sempre soube conviver e até aceitava as traições. Ela negou que tenha participado do assassinato da Maiana. O depoimento dela não revelou nenhuma novidade para as investigações”, disse a delegada ao
MidiaNews.
Segundo Anaíde, Calisângela confirmou a compra de um apartamento pelo marido, mas negou que o imóvel estaria prometido para a menor e disse desconhecer algum tipo de extorsão contra Rogério. A empresária disse que ela mesma escolheu o imóvel e até pensava em se mudar, por "questões de segurança".
“Por coincidência ou não, o apartamento foi entregue dias antes de Maiana ser assassinada. O filho do Rogério mora lá. Calisângela disse que o imóvel foi escolhido por ela, que queria mais segurança. Ela também negou que soubesse que Maiana morava na casa de sua sogra. Ela disse que não costuma ir na casa da sogra e qua os filhos nunca reveleram que Maiana morava lá”, contou a delegada.
O imóvel está localizado do condomínio Morada do Parque, no bairro Morada do Ouro. A Polícia ainda trabalha com a possibilidade de que tentativa extorsão, por parte de Maiana e familiares, além de ciúmes, teria motivadoo assassinato da menor.
Mesmo com as negativas de Calisângela, sobre a participação no assassinato de Maiana, a delegada disse ter indícios de seu envolvimento com o crime e vai mantê-la presa. “Vou ouvir novas pessoas e devo representar pela prorrogação da prisão temporária, ou pedir a preventiva. Vou intimar a mãe de Rogério e mais três pessoas”, disse a delegada.
Caso Maiana
Maiana Vilela desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011. Investigações da Polícia Civil revelaram que a jovem foi vítima de um plano cruel, tramado pelo ex-namorado, Rogério Amorim.
A DHPP prendeu oito pessoas por envolvimento no crime, quatro foram liberados por não terem participado efetivamente do assassinato, apenas sabiam do crime. A prisão temporária foi revogada após o depoimento deles e que, segundo a Polícia, contribuiu para esclarecer o assassinato e também para apontar os autores.
Continuam presos o empresário e a esposa dele. Como executores, Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre Nunes da Silva, que teriam recebido R$ 5 mil pelo crime, além da moto que Carlos ainda a revendeu. A delegada deverá solicitar, ao término dos 30 dias, a prisão preventiva dos quatro.
Segundo a Polícia, Rogério contratou Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para executarem a menor.
Ele deu um cheque de R$ 500 para Maiana descontar no Banco Itaú, no CPA 1. Ela teria que levar R$ 400 desse montante para pagar um suposto caseiro, em uma chácara na região do Coxipó do Ouro.
Esse pagamento era parte do plano de Rogério para atrair Maiana para o seu algoz. A garota foi até a chácara, entregou o dinheiro para Paulo, que a matou em seguida, por asfixia. Ele teve a ajuda de Paulo Alexandre.
A dupla colocou a menor no banco traseiro de um automóvel Uno, de cor prata, que pertencia a Paulo. Eles levaram o corpo de Maiana até a empresa de Rogério, no bairro Três Barras, para que ele comprovasse a morte da ex-namorada.
Depois disso, o corpo da menina foi enterrado em uma área afastada, na estrada da Ponte de Ferro, a cerca de 15 km de Cuiabá. O corpo de Maiana foi resgatado por policiais na manhã do dia 25, após terem prendido a quadrilha.