LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O prefeito Chico Galindo (PTB) informou que já demitiu os dois comissionados e afastou os 13 servidores efetivos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção desarticulado pela Operação Impostor, desencadeada pela Polícia Civil, no começo de novembro passado.
“Quanto aos comissionados, já demiti e é tudo o que eu podia fazer. Agora, cabe à Polícia dar prosseguimento ao inquérito e eventuais punições, como prender ou fazer o que eles julgarem adequado. No caso dos efetivos, estamos aguardando o relatório da Defaz (Delegacia Fazendária) para dar seguimento aos processos internos”, disse Galindo.
Com o relatório da Defaz, será possível saber o que a Polícia concluiu a respeito da participação de cada servidor no esquema de desvios no setor tributário do Palácio Alencastro.
O procurador-geral do Município, Fernando Biral, informou que os processos administrativos para apurar a conduta dos servidores são individuais, para dar mais agilidade à investigação.
As investigações têm o prazo de 60 dias para serem concluídas, prorrogáveis por mais 60.
“Vamos apurar internamente o grau de culpa de cada envolvido. As punições podem ir de simples advertência, se a falta for leve, passando por suspensão, se for uma falta média, e pode chegar a demissão, se forem comprovadas faltas graves”, explicou Biral.
Ele citou como exemplo de faltas graves o recebimento de propina e alteração no sistema de arrecadação que tenha causado prejuízo ao Município.
Recuperação do prejuízoApós tomar as providências contra os servidores, Galindo quer recolocar em aberto no sistema as dívidas que foram baixadas sem o devido pagamento.
“O próximo passo e o mais importante é retornar esse débitos que foram baixados, para que as empresas voltem a dever para a prefeitura. Isso é fácil de fazer, pois esse período foi monitorado, e nós temos o backup de todo o financeiro da prefeitura. Mas, não vou fazer nada sem o relatório oficial da Polícia”, disse o prefeito.
O prejuízo detectado pela auditoria da prefeitura foi de R$ 1,3 milhão, na arrecadação do IPTU, em 10 dias. Como o sistema está em uso desde dezembro de 2009, o rombo pode ser muito maior.
Chico Galindo estimou que a dívida real esteja em torno de R$ 30 milhões, mas prefere esperar o relatório final antes de dar um número mais exato, ou de divulgar as empresas envolvidas.
Operação ImpostorA operação deflagrada no dia 9 desarticulou um esquema de corrupção na Prefeitura de Cuiabá. Nesse dia, 14 pessoas foram presas e cumpriram 5 dias de prisão provisória.
Segundo as investigações, os corruptos ofereciam oito tipos de “serviços” fraudulentos, como baixa em dívidas tributárias, e emissão de documentos falsos.
As propinas cobradas variavam entre R$ 100 e R$ 5 mil.
A denúncia foi feita pelo prefeito Chico Galindo que, ao detectar as fraudes, levou o caso ao Ministério Público Estadual.
A investigação está sendo conduzida pela delegada Liliane Murata, da Defaz.
Veja a lista dos presos divulgada pela Defaz:Cosme Ridoval Gonçalves Manso
Waldir dos Santos
Gonçalino de Paula Nunes
Orlando Rodrigues da Silva
Donatalina da Silva Botelho
Fabiane Aparecida da Silva
Priscila Karen Ardaia de Almeida Rantassos
Mário César de Almeida
Durval de Almeida Filho
Jair Batista Tardin
Willian Cândido Alves
Joilson Soares de Carvalho
Anderson de Almeida Rodrigues
Eufrásia Conceição dos Santos
Alinor Candido da Silva
Jumara de Jesus Corrêa
José Simone de Oliveira