Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
GREVE NA SAÚDE PÚBLICA
14.05.2012 | 16h45 Tamanho do texto A- A+

Com gestão de OSS, hospital público vive caos em MT

Em Colíder, faltam materiais básicos e salários de servidor estão atrasados

SóNotícias/MidiaNews

Greve no Hospital de Colíder revela descaso de OSS contratada pelo ex-secretário Pedro Henry

Greve no Hospital de Colíder revela descaso de OSS contratada pelo ex-secretário Pedro Henry

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
Funcionários do Hospital Regional de Colíder (650 km ao Norte de Cuiabá) decidiram manter a greve geral, que já dura mais de 10 dias, na unidade hospitalar que atende a população da região Norte do Estado de Mato Grosso.

Dentro dos 30% do efetivo que estão trabalhando, são prestados apenas os serviços de urgência, emergência e internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

O sindicato que responde pelos trabalhadores denunciou que os problemas surgiram em janeiro deste ano, depois que uma Organização Social de Saúde (OSS) assumiu a direção do hospital.

As OSS foram implatadas na gestão do deputado federal Pedro Henry, que ocupou o cargo de secretário estadual de Saúde por cerca de um ano. Nesse período, as direções dos hospitais regionais foram transferidas para a administração privada, causando revolta nos servidores.

Ao MidiaNews, a representante da subsede regional do Conselho dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen), Nádia Cristina Teixeira, disse que a situação do Hospital Regional de Colíder é crítica. “Falta de tudo, desde agulhas, seringas, gazes, remédios, soro fisiológico, material de higiene básico... Queremos deixar claro que, além da falta de salário, não existe material hospital para dar atendimento adequado”, revelou.

Nádia contou que, na semana passada, durante uma reunião, um representante do Instituto Pernambucano de Assistência em Saúde (IPAS), que assumiu em caráter emergencial a unidade após a rescisão contratual do Instituto Social Fibra (que havia sido escolhido para gerenciar a unidade), foi garantido aos trabalhadores que o material hospitalar seria providenciado, bem como o pagamento dos salários que estão atrasados, mas o acordo não foi cumprido.

“Não foram todos os funcionários que receberam, há muitos, bem mais da metade, que estão sem receber. Não recebemos nenhum tipo de medicamento. Como o acordo não foi cumprido, decidimos por manter a greve até, que o problema seja resolvido efetivamente”, explicou a enfermeira.

A comissão multidisciplinar de greve protocolou, no Ministério Público Estadual (MPE), na sexta-feira (11), a continuidade da greve, até que os pagamentos pendentes sejam feitos e que os medicamentos que estão em falta sejam repostos.

Secretaria nega problemas

A Secretaria Estadual de Saúde negou a existência de problemas na administração do hospital.

Por meio de nota divulgada pela assessoria, a pasta informa que está sendo apurada a quebra de contrato por parte do Instituto Fibra.

A assessoria de imprensa disse ao site que o Estado assumiu as dívidas relativas aos atrasos salariais e que boa parte dos pagamentos já foi efetuada, devendo estarem todos quitados até a terça-feira (15).

Veja a nota da Secretaria de Estado de Saúde na íntegra:

Saúde do Estado esclarece sobre a regularização dos serviços no Hospital Regional de Colíder

A Secretaria de Estado de Saúde tomou a decisão de rescindir os Contratos de Gestão firmados entre a SES e o Instituto Social Fibra (OSS), para o gerenciamento dos Hospitais Regionais de Colíder e Alta Floresta, por quebra de contrato. Fato este ocorrido no dia 13 de abril.

Não é verdade o que circula na imprensa de Mato Grosso que a SES tenha repassado o valor total dos contratos para o Instituto Fibra. O Valor pago foi referente ao mês de janeiro de R$ 2.600.000,00 ao Hospital Regional de Colíder e R$ 2.500,00 ao Hospital Regional de Alta Floresta sob a gestão do Instituto Fibra.

A Saúde do Estado adotou todas as providências necessárias no sentido de apurar a quebra do contrato e está em curso a investigação pedida pela SES para a Auditoria Geral do Estado(AGE), para o Tribunal de Contas do Estado, para o Ministério Público Estadual (MPE) e demais providencias, cujo fato foi também comunicado a Procuradoria Geral do Estado.

Neste processo de transição a SES esbarrou em questões burocráticas no cumprimento das regras e da legalidade na quitação das pendências financeiras, o que ocasionou o atraso de repasse aos novo gerenciador o Instituto Pernambucano de Assistência em Saúde,fato este já superado e honrando nesta data.

A Secretaria de Estado de Saúde está adotando todas as providências no sentido de superar esta fase e dar condições ao funcionamento pleno do Hospital Regional de Colíder, a garante aos que prestaram serviços ao Sistema Único de Saúde a quitação de todos os compromissos assumidos.

Secretaria de Estado de Saúde
Governo do Estado de Mato Grosso

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8 Comentário(s).

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Eduardo firmino  01.06.12 13h48
Eu recebi uma conta esse mês com mais de 110,00 de aumento. Fui na Sanecap reclamar junto com minha esposa, pois a conta está em nome dela, e disseram que no computador não havia nossos nomes, por isso fizeram uma conta avulsa para pagarmos. Como posso receber uma conta, com erro de 110,00 e ainda me dizerem que não sou cliente da SAnecap ? E como é que me mandam pagar uma conta avulsa, se eles mesmo afirmam que não sou cliente ?
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Maria auxiliadora Cândida de souza  15.05.12 14h50
O fim desta história era tão claro como as águas da Lagoa Azul de Nobres. Tudo que o Henry põe o dedo só tem um objetivo, aliás o que se esperar de um sujeito com tantos processos de prevaricação administrando o segundo maior recurso do Estado???? bem feito para quem nele votou!!!!
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MOSSUETO  15.05.12 09h08
Alguém está faltando com a verdade nesse imbloglio, mas fico com a verdade dos funcionarios, pois são eles que vivem o dia-a-dia das unidades de saúde, o problema da saude em MT,não é só de gestão, é de espaço fisico, existe uma demanda reprimida muito grande, e se não tem espaço para colocar os pacientes, vai dar nisso, e ainda ntregam a administração para piratas que caem aqui de para-quedas sem saber de onde vieram e para onde vão, só sabem que querem se arrumar, o resultado é esse, segundo a CPI da saúde, para regularizar essa situação é preciso triplicar o numero de leitos, consequentemente o numero de funcionarios e a verba, mas é esse é o legado que nos deixou o "grande" PH, de tudo isso só nos resta lembrar desse tirano na hora de votar nele e seus apaniguados que são da mesma laia.
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PAULO ALVIM  15.05.12 00h25
Hospital Regional de Colíder é uma vergonha, como os políticos matogrossenses. Não temos estradas e não temos uma saúde descente. Sinto vergonha dos governantes do Mato Grosso. Um estado rico e com bolsões de misérias em inúmeras pastas do governo de Silval.
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Douglas  14.05.12 19h05
O que me deixa indignado é que todos já sabiam que isso ia acontecer e ninguém conseguiu mudar a ordem desse pedro henry. O pior de tudo é que o estado vai pagar 2 vezes, já pagou para a OS e agora vai ter que resolver o problema de quem ficou na mão. Como será que é o sistema de saude de campo grande/MS ???
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