Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
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19.09.2012 | 11h50 Tamanho do texto A- A+

Mais de um milhão de cartas deixarão de ser entregues

Trabalhadores dos Correios iniciaram greve nesta quarta-feira em todo o Estado

MidiaNews

Depois dos bancários, é a vez dos servidores dos Correios cruzarem os braços

Depois dos bancários, é a vez dos servidores dos Correios cruzarem os braços

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A população mato-grossense poderá deixar de receber correspondências a partir desta quarta-feira (19). A greve dos trabalhadores dos Correios, já anunciada no início do mês, já teve início em 18 estados do país e no Distrito Federal.

De acordo com o presidente do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos), Francisco da Silva Adão, a categoria decidiu esperar por uma posição da Fentec (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios) e do comando nacional de greve, que divulgou um calendário unificado da paralisação.

“Da forma como estava, cada estado ia entrar em greve em uma data. Desse jeito, todos os estados paralisam as atividades juntos”, afirmou.

Com os 1.525 funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) em Mato Grosso de braços cruzados - entre eles, 650 carteiros -, aproximadamente um milhão de correspondências deixarão de ser entregues por dia em todo o Estado – cerca de 500 mil delas somente na Grande Cuiabá.

Reivindicações


Ciente do prejuízo à sociedade, o presidente do sindicato ressaltou que essa é a única forma da categoria reivindicar pelo reajuste salarial pretendido, de 43,7%.

Adão afirmou ainda que, hoje, o salário inicial de um trabalhador com nível médio nos Correios é de R$ 942, o que, com o reajuste pedido, subiria para R$ 1,5 mil. A categoria afirma que possui um dos piores salários das estatais.

Além disso, os trabalhadores pedem pela contratação de 30 mil novos funcionários. Somente em Mato Grosso seriam necessárias 400 novas contratações, segundo o presidente, a fim de diminuir a sobrecarga de trabalho e diminuir o que chamam de “assédio moral” dentro da empresa, que mede a produção de cada trabalhador.

Novas contratações, de acordo com ele, também são necessárias para atender à demanda do Estado e melhorar o serviço prestado à população.

“Hoje, mais de 150 bairros em Cuiabá e Várzea Grande não são atendidos pelos carteiros por falta de efetivo. A pessoa precisa sair de casa e ir até a agência dos Correios para verificar se há alguma correspondência e buscá-la”, disse.

Condições de trabalho


O forte calor também é faz parte da lista de reclamações da categoria, que defende a entrega de correspondência apenas no período matutino, deixando as tarde apenas para a realização de trabalhos internos, como triagem das correspondências.

“Hoje nós fazemos duas saídas por dia, uma pela manhã e outra a partir das 15h, colocando em risco a saúde do trabalhador”, afirmou Adão.

A bandeira ganhou mais força nos últimos dias, quando, além das temperaturas elevadas, o Estado registrou índices de umidade relativa do ar de até 10%.

Além disso, o presidente da entidade reclamou da falta de segurança aos funcionários nas agências dos Correios, que realizam alguns serviços bancários, mas não contam com portas giratórias e vigilantes em todas as unidades.

Outro lado


Os Correios afirmam que, em caso de paralisação, poderão descontar dos salários dos trabalhadores que aderirem à greve os dias não trabalhados, por conta dos problemas que o ato poderá causar à sociedade.

A empresa garante ainda que tomará as medidas cabíveis para garantir o atendimento à população. No “plano de contingência” estão previstas a realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de horas extras e mutirões para triagem e entrega de cartas e encomendas nos finais de semana.

Em seu site, a empresa afirmou que ofereceu uma proposta de reposição integral da inflação, de 5,2%, sobre os salários e benefícios, garantindo o poder de compra. O salário-base inicial para o cargo de nível médio subiria, então, para R$991,77 e, somado ao adicional de atividade eu os carteiros recebem, o vencimento subiria para R$ 1.289,30.

Os Correios destacam ainda que oferecem aos trabalhadores vale transporte, assistência médica, hospitalar e odontológica para empregados e seus dependentes (inclusive na aposentadoria) e adicionais de atividade.

A empresa afirmou que está investindo na melhoria das condições de trabalho, tendo contratado 10 mil novos empregados nos últimos 21 meses e admitindo mais 9,9 mil até 2013 e investindo R$ 250 milhões na compra de 14 mil veículos e equipamentos e na construção, reforma e ampliação de 700 unidades operacionais, administrativas e de atendimento.

Segundo informações da ECT, nos últimos nove anos os trabalhadores tiveram até 138% de reajuste salarial, sendo 35% de aumento real.

Outras greves

No ano passado, a categoria permaneceu em greve durante 28 dias. Os Correios descontaram sete dias parados dos vencimentos dos funcionários. Os demais dias parados foram compensados com trabalhos aos sábados e domingos.

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3 Comentário(s).

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João Bosco  19.09.12 14h27
Os funcionários do correio ganham muito bem. Só existe uma maneira de acabar com essa greve exagerada:privatização já.
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Fabiano Queiroz  19.09.12 13h09
Pelo menos os 30% está sendo mantido, pois acabei de receber uma encomenda...
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beto  19.09.12 12h02
Me lembro, na época de campanha pra presidente a maioria deste povo que faz greve hoje, faziam campanha pra DILMA PT, agora querem o pagamento do VOTO, E QUEM PAGA SOMOS NÓS O POVO COM ESTES IMPOSTOS ABUSIVOS.
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