LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Governo do Estado deu início à remoção das famílias em risco devido ao deslizamento de terra do Morro do Despraiado.
Durante coletiva realizada nesta quarta-feira (13), o governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que duas das nove moradias interditadas pela Defesa Civil do Munícipio na terça-feira (12) já foram desocupadas.
“A partir da próxima semana, teremos uma equipe de engenharia trabalhando no local. Tomamos todas as providências para a segurança das pessoas e começamos a retirar as famílias. Tiramos duas já. Mas, algumas devem voltar”, disse.
Segundo o governador, o risco à vida dos moradores daquele local “sempre existiu”, mas que apenas foi evidenciado depois que foi necessário mexer na encosta do morro para o alargamento da Avenida Miguel Sutil e criação da via marginal do Viaduto do Despraiado.

"Há mais de dois anos, todas aquelas pessoas já haviam sido notificadas. Estamos procurando uma solução definitiva para esse problema, porque, na verdade, aquele barranco sempre foi um risco"
“Há mais de dois anos, todas aquelas pessoas já haviam sido notificadas. Estamos procurando uma solução definitiva para esse problema, porque, na verdade, aquele barranco sempre foi um risco”, disse.
Conforme o
MídiaNews divulgou ontem (12), a Defesa Civil ordenou às famílias afetadas que se mudem imediatamente do local, devido ao risco de desabamento.
A medida foi tomada após a forte chuva que atingiu a Capital e resultou no deslizamento parcial de terra no local.
A via marginal recém-pavimentada acabou encoberta pela lama do morro e, mesmo após a chuva, era possível verifica pequenas partes do morro cedendo e rolando até à pista. O trânsito naquele trecho ficou totalmente impedido.
Na ocasião, o coordenador da Defesa Civil do Município, Oscar Amélito, afirmou que é dever do Estado dar o apoio necessário para a remoção das famílias, uma vez que a obra foi executada como parte do projeto do governo com vistas à melhora da mobilidade urbana na Capital, principalmente durante a Copa.
Amélito destacou, ainda, que das nove famílias atingidas, três estão em situação mais crítica, por estarem situadas muito próximas do barranco, sem proteção contra a queda.
“Há três famílias que devem sair imediatamente. Mas o talude afeta a todas e a remoção tem de ser feita. Se insistirem [em permanecer no local], podemos usar força policial”, afirmou.
ImpasseA polêmica teve início quando a Secopa realizou um corte na encosta do morro para alargamento da pista da Perimetral, ação que integra o projeto de adequação da via para construção do Viaduto do Despraiado.
Na ocasião, o coordenador de Infraestrutura da Secopa, engenheiro civil Jamir Sampaio, explicou ao
MidiaNews que o corte parcial da encosta já era previsto, desde o início do projeto.

"Tomamos todas as providências para a segurança das pessoas e começamos a retirar as famílias "
A ideia, até então, era construir um muro de arrimo de aproximadamente cinco metros de altura, que iria conter possíveis deslizamentos no futuro, bem como escalonar o morro em forma de talude (plano inclinado que limita um aterro), com recobrimento vegetal para proteger o solo da erosão.
A ideia, depois de discutida, foi aceita pelos moradores, que inclusive aceitaram perder parte de seus terrenos, a fim de não deixarem o local, o que agora não mais será possível.
O muro de contenção – que originalmente estava previsto no contrato de R$ 18,9 milhões do Consórcio Atracon, responsável pela execução do Viaduto do Despraiado – será reforçado e deverá ser construído pela Secopa.
A obra
Segundo o governador Silval Barbosa, a obra do Viaduto do Despraiado será inaugurada na próxima segunda-feira (18), dando sequência às entregas de obras da Copa do Mundo iniciada pelo Governo do Estado em outubro deste ano.
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