Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
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Governo recorre de decisão; obras do VLT continuam

Procuradoria Geral foi notificada na quarta-feira sobre decisão que barra obras do modal

MidiaNews/Reprodução

Procurador-geral Jenz Prochnow: Estado vai recorrer para garantir as obras do VLT

Procurador-geral Jenz Prochnow: Estado vai recorrer para garantir as obras do VLT

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O procurador-geral do Estado, Jenz Prochnow Junior, informou, nesta quinta-feira (9), que o Governo do Estado vai recorrer da decisão da Justiça Federal, em caráter de liminar, que determinou a suspensão das obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), modal de transporte público escolhido pelo Estado para a Mundial de Futebol de 2014.

Prochnow disse que pretende reverter o quadro antes que o consórcio de construtoras seja notificado, para que as obras não sofram algum tipo de atraso no cronograma definido pelo Governo.

“O Estado foi notificado e nós vamos ingressar com recurso para evitar a paralisação”, afirmou o procurador, em entrevista ao MidiaNews, nesta quinta-feira (9).

O Governo do Estado foi notificado na tarde de quarta-feira (8), da decisão. Agora, o procurador tem dez dias para recorrer. Existem duas medidas cabíveis para o caso. A procuradoria poderá ingressar com um pedido de reconsideração da decisão junto à Justiça Federal de Mato Grosso e também com um recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

Como a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) e o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande ainda não foram oficialmente informados da decisão, as obras, iniciadas na rotatória do Km Zero, em Várzea Grande, ainda não foram paralisadas.

Obras do VLT

Ao longo dos 22,2 kms de trajeto do VLT, estão previstas as construções de cinco viadutos, quatro trincheiras e três pontes – obras de arte especiais que compõem o pacote de obras do modal e que também serão executadas pelo consórcio.

Decisão

O juiz substituto da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Marllon de Souza, concedeu a liminar requerida pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal e determinou a suspensão imediata das obras do VLT na Grande Cuiabá, sob pena de multa diária de R$ 30 mil.

O contrato, no valor de R$ 1,477 bilhão, foi assinado pelo Estado com o consórcio formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida S/A Engenharia de Obras, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia e Astep Engenharia.

Em seu despacho, o juiz também determinou ainda que a União suspenda qualquer repasse relativo ao empréstimo concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Foi determinado também o bloqueio de quaisquer valores que já tenham sido liberados, tanto ao Estado quanto ao consórcio responsável pela obra, e que tenham relação com o contrato suspenso.

Possíveis irregularidades

Na ação civil pública, os procuradores e promotores que compõem o Grupo Especial de Fiscalização do Planejamento e Execução da Copa do Mundo (Geacopa) questionam o valor do contrato e a eficácia do novo modal para atender à demanda dos usuários de transporte público da Capital e Várzea Grande.

Eles comparam ainda os custos operacionais e de tarifa do VLT com o que seria cobrado com a implantação do Bus Rapid Transit (BRT), alegando que o valor da passagem precisará ser subsidiado pelo Estado e poderá, em tese, onerar os cofres públicos, prejudicando a assistência a setores essenciais para a sociedade.

Na ação, os autores apontam que houve irregularidade na adoção, pela Secopa, do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), uma vez que, para o MP, não há garantias de que a obra será entregue a tempo de ser usada durante o Mundial de 2014. Por essa razão, segundo a ação, o Estado deveria ter realizado a contratação pelo modelo comum de licitação, previsto na Lei 8.666/93.

O MP ainda investiga a existência de superfaturamento no contrato firmado com o consórcio e diz que a cidade corre o risco de ganhar um grande “elefante branco”.

Click nos títulos abaixo e leia mais sobre o assunto:

Ministério Público propõe ação para barrar o VLT

Ministério Público diz que uso do RDC foi ilegal

Secopa diz que argumentos são "frágeis e vulneráveis"

MP diz que implantação irá prejudicar setores essenciais

Juiz federal suspende contrato para construção do VLT

Associação aponta "manobra política" e defende o VLT

Para Riva, decisão de suspender o VLT é "absurda"



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COMENTÁRIOS
9 Comentário(s).

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Robson Cesar  09.08.12 19h08
Elefante Branco sim !! O Brasil não tem cultura para ter esse modal. Ex: como serão nos cruzamentos de carros com o trem ? Vai ser sinalizado por semáforos ? Do jeito que a furação de sinal aqui é a cousa mais comum do mundo, logo logo vamos é ter graves acidentes ! Isso sem falar com a depredação does trens, banheiros dos pontos de parada , etc... Alguém discorda ai ???
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Antonio  09.08.12 18h02
Se querem barrar o VLT em razão da educação e da saúde e se esta é decisão da Justiça Federal, que se extenda a decisão as demais cidades-sede. Porque só Cuiabá que tem que pagar o pato ? Porque só Cuiabá que tem que ser penalizada ? Vamos tirar o Monotrilho de Manaus( afinal Manaus não esta no primeiro mundo), o BRT de Salvador (Salvador também tem problemas na saúde e na educação), o VLT do Rio de Janeiro (o Riota cheio de favelas) e etc..
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JOAO NOLASCO DE SOUZA  09.08.12 15h36
O Governo Federal e Estadual devem realizar as Obras do VLT, pois é um desejo e escolha do povo de CUIABÁ por um meio de Transporte Moderno e eficiente, que irá sem duvidas beneficiar a população Cuiabana. Além do mais a nossa Cidade vai ficar linda e igual as Grandes Cidades da Europa, que já utilizam esse meio de Transporte Coletivo.
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André Bathista  09.08.12 14h43
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LEONARDO GOMES  09.08.12 14h26
LEONARDO GOMES, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas