Correntes do PT esquecem briga e lançam Lúdio a prefeito

O grupo político ligado ao ex-deputado Carlos Abicalil (PT) resolveu enterrar as brigas e, em conjunto com outras quatro correntes petistas, lançou, nesta quarta-feira (21), a pré-candidatura do vereador Lúdio Cabral (PT) a prefeito de Cuiabá.

O parlamentar, que no ano passado chegou a ser punido pelo diretório regional com a suspensão da filiação por 6 meses, acusado de infidelidade partidária por supostamente não ter apoiado a candidatura do próprio Abicalil ao Senado, em 2010, agora recebe apoio de 65% do diretório municipal da sigla – representado pelas correntes Construindo um Novo Brasil (majoritária), Esquerda Marxista, Coletivo Graúna (corrente de Lúdio), Identidade Petista e O Trabalho.

“Todos nós fizemos nossa autocrítica, aprendemos com nossos erros e reconhecemos a importância de reconstruir a unidade partidária”, afirmou o deputado estadual Alexandre César (PT), um dos líderes da corrente majoritária ligada a Abicalil. “Esperamos que essa superação se reflita nas urnas, já nas eleições deste ano”, declarou.

“Nós decidimos pela punição do Lúdio seguindo o estatuto do partido, e já vencemos essa etapa. Mesmo no momento de crise, sempre avaliamos o mandato dele como vereador de forma muito positiva”, garantiu o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, que presidia o partido na época das punições. Além de Lúdio, foram punidos com suspensão a ex-senadora Serys Slhessarenko e a ex-deputada Verinha Araújo. Todos conseguiram amenizar as penas, recorrendo à Executiva Nacional do PT.

Após as brigas internas que esfacelaram o partido ao longo de 2010 e 2011, e dos resultados pífios das últimas eleições, quando a sigla conseguiu eleger somente um deputado estadual (Ademir Brunetto), a união do grupo majoritário em torno da candidatura de Lúdio representa a tentativa do PT de reconstruir o partido.

O pré-candidato também resolveu adotar uma postura de autocrítica. “Tenho tranquilidade em reconhecer que cometi erros em 2010. E, com o processo disciplinar que vivi em 2011, aprendi muito”, declarou Lúdio. Ele negou, no entanto, que não tenha apoiado a candidatura de Abicalil. Lúdio disse que os erros cometidos foram no período de pré-campanha, mas não detalhou quais teriam sido esses erros.

Risco de racha

Apesar da união dessas várias correntes em torno da candidatura do vereador, e das constantes afirmações dos líderes petistas de que buscarão o consenso partidário para disputar as eleições deste ano na capital, o PT ainda corre o risco de rachar.

Serys não declarou apoio à candidatura de Lúdio, e muitos petistas defendem que ela seja a candidata ao comando do Palácio Alencastro, neste ano.

O deputado estadual licenciado Ademir Brunetto é um deles, e promete defender com unhas e dentes a candidatura da ex-senadora.

Além disso, há membros que defendem alianças e apoio a candidatos de outras legendas. O candidato do PT só será escolhido, definitivamente, em abril, no congresso nacional da sigla, ou em maio, por meio de prévias.