Cresce reclamação sobre má qualidade do serviço da CAB

O vereador Francisco Vuolo (ex-PR) e a vereadora Lueci Ramos (PSDB) reforçaram o coro de reclamações dos parlamentares contra a falta de qualidade dos serviços da CAB Ambiental, concessionária da água e esgoto em Cuiabá, em substituição à extinta Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).

Antes deles, Toninho de Souza (PSD) e Lúdio Cabral (PT) já vinham reclamando constantemente dos serviços oferecidos à população cuiabana. O petista tinha como bandeira de sua campanha a prefeito a promessa de encerrar o contrato com a CAB, e o social-democrata fez um requerimento solicitando esclarecimentos à empresa (Leia mais AQUI).

Vuolo sugeriu, na tribuna da Câmara, na última quinta-feira (29), que seja instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o contrato entre a empresa e o Município. No entanto, como está no fim de seu mandato, ele disse que não vai formalizar o pedido e deixou a tarefa para os colegas que continuarão no Legislativo cuiabano em 2013.

“A CPI é um dos caminhos para verificar, de fato, a situação desse contrato. Se as informações requisitadas pelo Toninho de Souza não forem satisfatórias, um dos caminhos para conseguir informações é a CPI”, apontou Vuolo, em entrevista ao MidiaNews.

O vereador disse que tem recebido inúmeras reclamações sobre  falta d’água e piora da qualidade dos serviços. “Se, até mesmo, o prefeito Chico Galindo (PTB), que vivia elogiando a CAB, agora começou a criticar a empresa na mídia, é porque a situação está realmente muito grave”, observou o vereador.

Vuolo ressaltou que é preciso ficar de olho ao cumprimento das metas e prazos previstos no contrato, e lembrou a forma tumultuada como foi aprovado o processo de concessão da água e esgoto em Cuiabá, em 2011.

“Ligue no 0800”

A vereadora Lueci Ramos, por sua vez, reclamou do tratamento dispensado pela empresa até mesmo aos parlamentares.

Ela lembrou que, em junho deste ano, na primeira reunião entre os vereadores e o diretor-geral da CAB, Ítalo Joffily, perguntou a ele como encaminhar as reclamações que ela recebia de moradores sobre falta d’água nos bairros.

“Ele me respondeu que era para ligar no 0800. Na hora, vários vereadores ficaram indignados e saíram da reunião. Esse comportamento do diretor é um absurdo. É uma falta de respeito para com a Câmara. Nós somos os representantes do povo e procuramos atender às demandas da população”, disse a tucana.

A vereadora subiu à tribuna, também na quinta-feira (29), para reclamar da falta de cuidados com a área no entorno da Lagoa Encantada, no CPA III.

Lueci relatou que o parque está abandonado, coberto pelo matagal e sem iluminação, prejudicando as pessoas que fazem caminhada por lá.

“Eu fui levar a reclamação à Secretaria de Serviços Urbanos e lá fui informada que a Lagoa Encantada é de responsabilidade da CAB, pois se trata de uma lagoa de tratamento de esgoto. Mas, agora, estou com receio de procurar a CAB e ouvir de novo, do diretor, que eu tenho que reclamar no 0800”, observou a vereadora.

A tucana disse que defende a instalação de uma CPI, mas que prefere esperar algum tempo para ter mais subsídios.

“Acho que temos que esperar completar um ano e meio de contrato. Como a meta é universalizar a distribuição de água em 3 anos, se até lá, não tiverem cumprido 50% da meta, é porque não vão dar conta. Nesse caso, a solução seria instaurar a CPI”, analisou.

Outro lado

A assessoria da CAB informou que a empresa ainda não recebeu o requerimento do vereador Toninho de Souza, mas que a diretoria da concessionária “tem realizado agendas para estreitar o relacionamento com importantes setores da sociedade, incluindo a Câmara de Vereadores”. E afirmou que “todas as demandas por informações e/ou reuniões dos parlamentares vêm sendo atendidas”.

A CAB ressaltou que o número 0800 646 6115 está disponível para os consumidores entrarem em contato, e funciona 24 horas por dia.

Sobre o abandono da Lagoa Encantada, a empresa informou que o levantamento de bens relacionados à concessão ainda não foi concluído, e que somente após a conclusão será possível “formalizar projetos, parcerias ou convênios que envolvem cada um dos imóveis hoje administrados pela concessionária”.

A empresa destacou que a estação de tratamento de esgoto na área da lagoa permanece ativa.

Com relação à possibilidade de instalação de uma CPI, a CAB disse não vai se pronunciar, por enquanto.