Maggi e Gilmar são citados em lista de "grampos" da PF

O delegado responsável pela Operação Monte Carlo, Matheus Mela Rodrigues, citou, em depoimento sigilo à CPI do Cachoeira, uma lista com 82 nomes que tiveram relação ou foram apenas citados em conversa com o bicheiro. A informação é do site Folha.com.

Entre os nomes, o policial federal cita os mato-grossenses Blairo Maggi, ex-governador do Estado e atual líder do PR no Senado, e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.

Confira a íntegra de reportagem dos jornalistas Rubens Valente e Andreza Mattais:

Em depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Mela Rodrigues, que coordenou a Operação Monte Carlo, citou uma lista com 82 nomes que tiveram relações ou foram apenas citados em conversas de Carlos Augusto Ramos, O Carlinhos Cachoeira.

A lista inclui os nomes de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), de governadores, senadores, deputados federais, prefeitos e até mesmo da presidente Dilma Rousseff.

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), fez um apelo aos parlamentares para que não comentassem com a imprensa os nomes da lista, uma vez que o fato de estarem citados em conversas do grupo não significa que tenham envolvimento com o esquema de Cachoeira. Os nomes podem ter sido usados pela quadrilha sem conhecimento dos citados.

A Folha teve acesso a lista dos nomes citados pelo delegado. Constam três ministros do STF, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli; dos governadores Antonio Anastasia (PSDB-MG), Marconi Perillo (PSDB-GO), Beto Richa (PSDB-PR) e Agnelo Queiroz (PT-DF). O nome do presidente do Senado, José Sarney também está na lista.

A CPI mista no Congresso investiga as relações do grupo de Cachoeira com agentes públicos e privados.

Veja lista de deputados federais, senadores, ministros e governadores citados na lista por odem alfabética:

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Deputado distrital Agaciel Maia

Governador Agnelo Queiroz (PT-DF)

Presidente DEM-DF Alberto Fraga

Governador do Paraná Beto Richa (PSDB)

Senador Blairo Maggi (PR-MT)

Senador Demóstenes Torres (sem partito-DF)

Ministro Antônio Dias Toffoli (STF)

Presidente Dilma Rousseff (PT)

Deputado Fernando Francischini (PSDB-PR)

Gilmar Mendes (ministro do STF)

Maguito Vilela (prefeito de Aparecida de Goiânia)

Vice-governador Tadeu Filipeli (PMDB-DF)

Deputado Sandes Junior (PP-GO)

Senador José Sarney (PMDB-AP)

Deputado federal Jovair Arantes (PP-GO)

Deputado federal Leonardo Vilela (PMDB-GO)

Luiz Fux (ministro STF)

Governador Marconi Perillo (PSDB-GO)

Deputado federal Marcos Monti (DEM-MG)

Reinaldo Sobrinho (secretário de segurança do Paraná)

Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Deputado federal Stephan Necessian (PPS-RJ)

Deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP)

Outro lado

Procurado pelo MidiaNews, o senador Blairo Maggi negou, por meio da assessoria de imprensa, que tenha feito ou recebido ligações de alguma pessoa ligada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O republicano reiterou que se colocou à disposição da própria CPI que investiga o contraventor, para ajudar a esclarece o caso da citação de seu nome em grampos da PF.

Confira a íntegra da nota do senador Blairo Maggi:

"Trechos do diálogo mantido entre o senador Demóstenes Torres e o lobista Carlinhos Cachoeira, citam meu nome em referência ao depoimento do então diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, que ocorreria na Comissão de Infraestrutura do Senado, em 12 de julho passado.

Faz-se necessário esclarecer que não participei de qualquer intervenção, não fiz nem recebi ligações telefônicas de ou para esses senhores e minhas posições e declarações sobre o assunto (Pagot) foram amplamente divulgadas pela imprensa desde a sua participação na Comissão de Infraestrutura do Senado quando de sua saída do Dnit.

Reitero que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos a esse respeito e tudo mais que for contribuir com a elucidação do caso.

Blairo Maggi
Senador da República"

O ministro do STF, Gilmar Mendes, foi procurado pelo site, mas não atendeu às ligações. Sua assessoria prometeu retorno, o que não ocorreu até a edição desta matéria.