Cuiabá, Quinta-Feira, 7 de Agosto de 2025
CONFUSÃO NA UFMT
24.09.2012 | 17h14 Tamanho do texto A- A+

Conselho e professores divergem sobre volta às aulas

Assembleia decidiu que aula começa dia 1º; Consepe determinou retorno nesta segunda

Adufmat

Retorno às aulas na UFMT é incerto; professores estão divididos

Retorno às aulas na UFMT é incerto; professores estão divididos

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

Após quatro meses de greve na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), ainda é incerta a data correta para o retorno às aulas. Professores e o Consepe (Conselho de Pesquisa e Extensão) não entraram em um acordo se as aulas serão retomadas nesta segunda-feira (24), ou na próxima, dia 1º de outubro.

Em assembleia realizada na tarde de quarta-feira (19), da Adufmat (Associação dos Docentes da UFMT) e do DCE (Diretório Central dos Estudantes), foi decidido o retorno das aulas para o mês que vem.

A Adufmat justificou que o retorno foi agendado para 1º de outubro para atender a um pedido do DCE, uma vez que, antes desse período, dificultaria a volta dos alunos que residem fora de Cuiabá.

Já o Consepe, em reunião no fim da tarde de quinta-feira (20), decidiu que as aulas deveriam voltar nesta segunda-feira (24). A justificativa é de que os dias de paralisação atrapalharam o calendário acadêmico.

A paralisação começou no 60º dia de aula e faltam 40 dias para completar o semestre letivo, que é 100 dias.

Polêmica no campus

A decisão do Consepe gerou polêmica entre os professores, que avaliaram a medida como "extremista", por ter ignorado uma decisão tomada em assembleia.

Uma nova assembleia foi realizada na Adufmat na manhã desta segunda-feira. A categoria decidiu por manter a decisão anterior, e o retorno foi assegurado para o dia 1º de outubro.

O professor Maurélio Menezes, do Departamento de Comunicação Social, disse ao MidiaNews que a decisão da assembleia deve ser mantida por ser soberana.

“É uma decisão soberana. O conselho não pode passar por cima de uma deliberação decidida em assembleia, é uma afronta, autoritarismo. Além do mais, o conselho não possui competência para tomar tal decisão”, disse o professor.

Para o professor Antônio Carlos Máximo, é esse tipo de decisão que “desorganiza a vida acadêmica” e confunde alunos e professores.

Soberania questionada

Em entrevista na manhã desta segunda-feira ao telejornal "Bom Dia, MT", da TV Centro América (Globo/4), a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder disse que o Consepe é a instância soberana da universidade.

Na assembleia, os professores questionaram a informação e apresentaram o estatuto da UFMT, que regula, em seus artigos 11º e 15º, que a gestão democrática da universidade é feita por meio de seus órgãos deliberativos.

“Dessa forma, a decisão deveria ser tomada, como de costume, de ‘baixo para cima’, ou seja, a proposta do novo calendário deveria ser enviada aos colegiados de curso e departamento, congregações de instituto e apenas após isso, votada no Consepe, a última instância de deliberação”, explicou Maurélio Menezes.

Nota de repúdio

Em assembleia, os docentes da UFMT decidiram redigir um documento oficial, que será protocolado na reitoria, defendendo a decisão de que as aulas recomeçariam no dia 1º de outubro.

Os professores também decidiram exigir a revogação imediata da resolução que indica o retorno às aulas para esta segunda-feira e que os professores fossem orientados a seguir a decisão da categoria quanto à volta às aulas.

A orientação da asembleia é de que, para que os alunos não tenham problemas, que contatem seus professores. Segundo a Adufmat, muitos não estão dando aulas ou estão indo para a sala apenas para explicar a situação.

Decisão mantida

O vice-reitor da UFMT, Francisco José Dutra Souto, disse ao MidiaNews que a decisão do Consepe será mantida, e que o retorno às aulas está garantido para esta segunda-feira.

"O que vale, em nosso entendimento, é a decisão do Consepe. A assembleia teria poder para decidir se ainda estivessem em greve, mas o fim da greve foi decidido no dia 19. Desde então, perdeu-se o poder de decisão por parte da assembleia. O calendário sempre foi decidido pelo Consepe, que, inclusive, colocou em votação a sugestão para o retorno do dia 1º de outubro, a votação escolheu pelo dia 24 de setembro.

A assembleia não tem embasamento legal para revogar essa decisão. Vamos esperar o documento da Adufmat para ver o que estão criticando. Mas, as aulas já começaram", garantiu o vice-reitor.

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Wallace  25.09.12 10h42
Bom pelo menos no meu curso de Admnistração os professores estão administrando as aulas normalmente, o que se leva a crer que o aluno deve procurar orientação com seu professor, uns seguem a decisão do Consepe e outros da Adufmat.
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José Ribamar Bezerra Sá  25.09.12 09h25
Bastava o governo Federal cortar o ponto dessa gente para que todos já tivessem retornado há muito tempo ao trabalho. No ano que vem, tudo vai se repetir!!
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jose  25.09.12 07h59
O que quando os professores tem preguiça de ensinar e os alunos preguiça de estudar?
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Maraisa  24.09.12 20h42
Quanto anda nossa "educação" na mãos destes tipos, uma lástima!!! Porque não dizem que querem ficar em casa e somente receberem sem precisar trabalhar, pelo jeito não gostam, não basta os quatro meses de folga... todo ano é isso, e acham sempre normal, o Brasil tem de mudar e é com muito trabalho e muito menos greve, este instrumento já virou rotina, mesmo os salários sendo melhor no mercado, tem de começar a repensarem este modo operandis arcaico e autoritário.
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Roberto  24.09.12 20h23
120 dias parado, não bastou,né Professores...................
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