Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
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Horário eleitoral é fase decisiva na disputa em Cuiabá

Propaganda na TV deve diminuir distância entre Mendes e os adversários

Divulgação

Horário eleitoral na TV é o principal trunfo dos candidatos, em fase considerada decisiva

Horário eleitoral na TV é o principal trunfo dos candidatos, em fase considerada decisiva

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
A disputa pela Prefeitura de Cuiabá, que anda meio “morna”, deve começar a esquentar a partir da próxima terça-feira (21), quando tem início o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.

É a partir desse momento que os eleitores começam a prestar mais atenção na campanha eleitoral - e os candidatos, a colocar o bloco nas ruas de modo mais efetivo.

“Depois que os showmícios foram proibidos, o palanque eletrônico se transformou no grande espaço das campanhas eleitorais”, afirmou o analista político Lourembergue Alves.

Segundo Alves, apesar de um grande número de eleitores dizer que não assiste ao horário eleitoral, muitos deles acabam captando trechos dos programas.

“Muita gente não senta para assistir, mas deixa a TV ligada, para esperar a novela ou algum entretenimento que vem depois do programa eleitoral. E se, nesse período, algo chama a atenção dessa pessoa no programa, ela vê”, observou.

Considerando o atual cenário das pesquisas de intenção de votos na Capital, que apontam um candidato com chances de vitória no primeiro turno – Mauro Mendes (PSB), que detém cerca

Tchélo Figueiredo/Assessoria

Mauro Mendes deve evitar erros para manter liderança

de 50% –, os candidatos que querem forçar o segundo turno é que mais ganham com o começo da propaganda na TV.

“O horário eleitoral gratuito é a grande esperança, sobretudo, dos candidatos que estão lá atrás”, disse o analista.

 “Quem está na dianteira, por sua vez, deve administrar bem a propaganda para não cometer erros. Toda campanha se dá em função dos erros dos outros”, afirmou.

Construir e descontruir

Lourembergue observou que existem duas linhas de ação básicas que devem ser trabalhadas em uma campanha. “A primeira é a desconstrução da candidatura adversária. A segunda é a construção da própria candidatura”, disse.

O desafio do candidato, então, passa a ser combinar os dois elementos de forma harmônica, para conquistar o eleitor, e não provocar o efeito contrário, de ser rejeitado.

“É preciso fazer um discurso que soe bem aos ouvidos do eleitor e, ao mesmo tempo, que descontrói as propostas dos adversários”, afirmou.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Lúdio Cabral precisa construir identidade

Outro ponto que ajuda muito, segundo o analista, é uma boa chapa de candidatos a vereador dando sustentação ao candidato a prefeito.

Importância do jingle

O analista apontou que, no Brasil, o aspecto emocional tem grande importância nas eleições. Por isso, a importância de “contagiar” e empolgar o eleitor.

Nesse sentido, os jingles (músicas feitas para as campanhas) se mostram fundamentais. “O emocional pesa bastante. Infelizmente, mais do que deveria”, afirmou.

“Daí a importância de um bom jingle, que fique na lembrança e na boca do povo. Aquela música do Blairo Maggi (PR) quando se elegeu governador, ‘tá na palma da mão’, foi muito bem assimilada. O Dante de Oliveira (PSDB) também teve um jingle ótimo. Era ‘Dante sim, Dante já’. Uma frase curta e que soa bem aos ouvidos”, destacou.

“Ainda não ouvi nenhum jingle com esse potencial”, afirmou o analista. “Vamos ver se, ao longo da campanha, aparece algum”, disse.

Campanha em Cuiabá

Aelson Ribeiro/Divulgação

Guilherme Maluf disputa primeira eleição majoritária



A capital conta com seis postulantes ao comando da Orefeitura. O candidato Mauro Mendes, de acordo com Lourembergue, já tem uma identidade política construída ao longo de duas eleições majoritárias, e deve focar em não cometer erros na campanha.

“Em duas eleições, Mauro Mendes construiu sua identidade. Ou outros ainda não têm isso. Por mais que tenham uma carreira política, nenhum dos outros três candidatos com chances de crescer já disputou uma eleição majoritária”, assinalou.

O analista citou os candidatos Lúdio Cabral (PT) e Guilherme Maluf (PSDB) como exemplos de políticos que construíram suas carreiras no Legislativo e, agora, precisam trabalhar para criar uma identidade capaz de ter força em uma disputa ao Executivo.

“O Lúdio Cabral estaria com a reeleição garantida, se disputasse para vereador novamente. A imagem que ele construiu nesses oito anos de mandato, porém, não é suficiente para uma disputa à Prefeitura. O mesmo acontece no caso do Guilherme Maluf, que vem da Assembleia Legislativa”, disse.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Carlos Brito deve explorar origem comunitária

No entanto, o analista vê potencial de crescimento em ambos. O terceiro candidato que poderia alavancar com o início do horário eleitoral, segundo Lourembergue, é Carlos Brito (PSD).

No caso do ex-secretário, o desafio será um pouco diferente do tucano e do petista – em vez de construir, ele precisa reconstruir sua identidade.

“O Carlos Brito precisa da TV, sobretudo, porque traz um elemento muito interessante, que é a militância nos bairros. Porém, isso ainda não se refletiu nas intenções de votos. Desse modo, será um elemento que pode ser mais bem explorado na televisão”, observou.

“Ele foi presidente do bairro Parque Cuiabá, mas se distanciou de suas raízes. Depois de perder uma eleição para deputado por falta de quociente eleitoral, mesmo tendo mais de 30 mil votos, Brito assumiu um cargo do governo Blairo Maggi e, a partir daí, foi construindo carreira no staff do Governo. Agora, ele precisa fazer o caminho de volta para os bairros e reconstruir sua imagem – o que também é muito difícil”, afirmou.

Os candidatos Procurador Mauro César Lara (PSOL) e Adolfo Grassi (PPL), que pertencem a partidos com pouca representatividade, não teriam grandes chances de crescimento, na avaliação de Lourembergue Alves.

“Mauro e Adolfo já estão cometendo um pequeno erro em não fazerem alianças com outros partidos. Alianças são muito importantes na disputa majoritária”, afirmou.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Procurador Mauro foi bem votado para senador



“O Procurador Mauro precisa ter em mente que essa é uma disputa ao Executivo. Ele foi muito bem votado em 2010, e recebeu mais votos que o Carlos Abicalil (PT) em Cuiabá. Porém, era uma disputa ao Senado, completamente diferente de uma Prefeitura. Além disso, o PSOL não é expressivo no Estado e tem pouca representatividade em nível nacional”, analisou.

MidiaNews

Adolfo Grassi tenta consolidar partido novato

Já a candidatura de Adolfo Grassi é vista por Lourembergue como uma tentativa de consolidação do partido.

“Ele é desconhecido no cenário político e seu partido, o PPL, foi o último a ser criado entre os 30 que existem hoje no Brasil. Essa candidatura servirá para fortalecer e ajudar a firmar o partido para os eleitores”, observou.



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Ronan Jackson Costa  19.08.12 16h19
Se tempo de televisão ganhasse eleição o Presidente do Brasil seria o Apóstolo Valdomiro.Os marqueteiros precisam respeitar mais o cidadão brasileiro. Sem propostas factíveis nenhum candidato vai conseguir ganhar o voto do cidadão cada vez mais consciente!
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