Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
GREVE NO ESTADO
01.03.2012 | 13h50 Tamanho do texto A- A+

Auditores acusam Governo de não cumprir promessa

A categoria decidiu cruzar os braços na tarde de terça-feira (28), após uma assembleia-geral

Katiana Pereira/MidiaNews

Auditores exibem ofícios com propostas não cumpridas pelo Estado

Auditores exibem ofícios com propostas não cumpridas pelo Estado

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

A Associação dos Auditores da Auditoria Geral do Estado de Mato Grosso (Assae) revelou, em entrevista ao MidiaNews, nesta quinta-feira (1º), que, diante de inúmeras promessas não cumpridas, por parte da Casa Civil do Palácio Paiaguás e da Secretaria de Administração (SAD), sobre o pedido de revisão salarial e aumento real da categoria, a greve foi a única saída para tentar sensibilizar o Governo. 

A categoria decretou greve geral na tarde de terça-feira (28), após uma assembleia-geral. Os servidores cobram reajuste salarial, com a alegação de que o último aumento foi há quatro anos, além de reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

As negociações iniciaram em fevereiro de 2011, com o então secretário-chefe da Casa Civil, Éder Moraes, que, segundo a associação, chegou a assinar um ofício, dando ciência e pedindo providências sobre a tabela salarial proposta pela categoria, que almeja 20% de aumento real.

Outro ponto lembrado pela categoria é a inclusão da revisão de carreira dos auditores, na ata do Conselho Econômico do Governo, em reunião realizada em 21 de dezembro do ano passado. A ata revela que foi estipulada a data de 28 de fevereiro desde ano para ser finalizada essa negociação. Fato que não ocorreu.

“Temos ciência de que o ano de 2011 foi atribulado para o Governo, com pressões de outras categorias por reajuste salarial. Então, continuamos fazendo o trabalho e esperamos o nosso momento. Tudo foi combinado e assinado, mas esse momento não veio. Foram várias promessas não cumpridas, inúmeras, uma verdadeira enganação com os auditores. Tivemos que deflagrar a greve como uma tentativa de sensibilizar o Estado, da importância de nosso trabalho e a necessidade, por merecimento, de sermos atendidos”, disso o presidente da Assae, Ciro Gonçalves.

Ele destacou a importância dos auditores dentro da gestão estadual. A associação fez um comparativo com outros cargos de Governo, como fiscal de tributo, defensor público, delegado de Polícia e procurador do Estado.

A Assae observou que, desde 2006, iniciou-se um processo de disparidade salarial entre essas categorias, que, até o ano de 2002, possuíam vencimentos compatíveis.

“A função de auditor é tão importante quanto à de fiscal de tributo. Enquanto o fiscal busca a arrecadação de tributos, nós organizamos a melhor forma de gastar esse dinheiro, evitando perda de valores desnecessários. Em 2002, nosso salário era de R$ 3,3 mil e dos fiscais, R$ 3,4 mil. Em 2006, o nosso salário passou para R$ 3,7 mil e dos fiscais, para R$ 12,1 mil. Não queremos fazer uma comparação, mas sim ter um reconhecimento de nosso trabalho”, informou o auditor.

Gonçalves lembrou também que, em 2011, mesmo com diversas promessas de aumento não cumpridas, os 49 auditores continuaram motivados e trabalharam com afinco. A finalidade, segundo a Assae, era provar, por merecimento, que a categoria é essencial para o andamento da gestão pública.

“Somente em 2011, os trabalhos que desempenhamos, com as auditorias especiais, relatórios de controle interno, orientações técnicas, recomendações aos gestores estaduais, foram economizados cerca de R$ 144,6 milhões. O aumento que reivindicamos vai custar R$ 1,3 milhão ao ano na folha de pagamento do Governo, menos de 1% da economia gerada”, disse.

Reajuste salarial

Os servidores pleiteiam um reajuste salarial de 20%. A associação justifica que a categoria não recebe aumento há quatro anos, e que o salário está defasado. No total, são 49 servidores, que atendem em todo o Estado. Eles alegam que o piso salarial está muito abaixo da função desempenhada. Atualmente, um auditor recebe cerca de R$ 8 mil mensais.

“O nosso piso salarial é menor que muitos estados do país, mas podemos destacar o Piauí, que possui uma economia e arrecadação muito menor que Mato Grosso e o auditores são mais valorizados”, lembrou Gonçalves.

Outro lado

O secretário de Estado de Administração, Cesar Zilio, disse que as negociações não estão paradas e que decidem, até amanhã, se irão enviar ou não uma proposta salarial aos auditores.

A Assae nega a informação da Secretaria de Estado (SAD), de que estão “conversando” sobre as reivindicações.

Os grevistas revelam que não há conversas nem por telefone e que até o momento, nem a SAD e nem o Governo se manifestaram sobre o assunto.

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6 Comentário(s).

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Américo Delfino Malheiros Dias  01.03.12 16h56
O Governo tem que resolver logo de uma só vez as 5 carreiras que estão pendentes do aumento, que na verdade são menos de 600 servidores. Daqui a alguns dias são os Analistas Reguladores da AGER/MT (Agência Reguladora Estadual). O Governador precisa resolver essa pendência urgentemente e atender os Analistas Reguladores da AGER que por enquanto é ainda um problema fácil de resolver. O cargo efetivo de Analista Regulador, que desempenha função típica e exclusiva de Estado, está há 10 (dez), repito, 10 anos sem a devida atenção por parte do governo. Uma grande prova disso é que mais de 70% das carreiras do Executivo ou 99% dos servidores do Estado tiveram durante o ano de 2011 e em janeiro de 2012 o aumento de salário, e, inexplicavelmente e de forma surpreendente e injusta, a carreira de Analista Regulador que é composto de somente 34 servidores (com atribuição de alta complexidade), que mata um leão por dia na AGER, ainda não teve o aumento de salário, em que pese ter tido negociação e garantia por parte da SAD em 2011 que eles iriam ter aumento, além da AGER ter também fonte de receita própria que contribui para pagamento dos seus Analistas Reguladores. Um total descaso por parte do governo/SAD em relação aos Analistas Reguladores, que, diga-se de passagem, são imprescindíveis no processo e na gestão, respectivamente, da licitação e nos contratos de concessões do Transporte Intermunicipal de Passageiros, além de outros importantes segmentos de serviços públicos.
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VERA  01.03.12 16h44
isso mesmo, falando nisso o governo fez a promessa de chamar os classificados do concurso sad,em fevereiro mas até agora nada... a dia 17/02 chamaram umas dez pessoas, será que isso signifaca que ele compriu co o que disse. estou no aguardo EXCELENTÍSSIMO GOVERNADOR.
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Fernando  01.03.12 16h01
essa é a cara desse governo de não valorizar as pessoas que realmente trabalham...além do mais não cumprem com a palavra
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Pauleko  01.03.12 15h23
só sei de uma coisa, quem perde com essa incompetente negociação do governo é a sociedade matogrossense, que já amargurou com a paralisação da Polícia Civil, com a SEMA, com o Detran etc, etc, etc... Será que não conseguem enviar sequer uma contra-proposta? tá todo mundo perdido? Chefe da Casa Civil fala que haverá arrocho... o outro novato fala que não há crise... Acho bom esse povo sentar e conversar...
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Leandro da Silva Nogueira  01.03.12 15h03
Leandro da Silva Nogueira, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas