LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autor de um requerimento para discussão sobre os planos de saúde privados na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), reclamou da falta de fiscalização no plano MT Saúde, usado pelos servidores de Mato Grosso, durante debate no Senado Federal, nesta terça-feira (30).
A discussão sobre a situação caótica do plano de saúde subsidiado pelo Governo do Estado aos funcionários públicos foi levantada pelo presidente da Comissão, senador Jayme Campos (DEM-MT).
O assunto veio à tona durante audiência pública realizada para ouvir o diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Maurício Ceschin, sobre a suspensão dos planos de 37 operadoras de saúde em todo o país.
Na ocasião, o senador de Mato Grosso defendeu que a ANS fiscalize os planos de saúde dos servidores públicos, como o MT Saúde, a fim de que os mesmos acompanhem as regras estabelecidas pela agência ao mercado privado.
“Todos os planos deveriam responder à ANS e ter normas harmônicas. O plano de saúde dos servidores de Mato Grosso está falido e quem paga a conta é o servidor público. O MT Saúde é gerido por uma administradora privada contratada de forma emergencial, sem licitação”, disse Campos.
Como resposta, Ceschin alegou que a agência reguladora do Governo Federal só tem poder para regular e interferir em planos privados.
“Alguém está falhando. Se não é a ANS que fiscaliza, quem é?”, questionou o senador Ricardo Ferraço, alegando que alguém precisa ser responsabilizado pela atual situação deficitária do MT Saúde.
Sem atendimentoCampos afirmou que espera do governador Silval Barbosa (PMDB) uma solução, o quanto antes, para “o rombo de R$ 50 milhões do MT Saúde”, a fim de agilizar a retomada dos atendimentos aos usuários, que hoje só contam, na Capital, com a assistência do Hospital Santa Rosa – e, ainda assim, para atendimentos de urgência e emergência.
“O atendimento ainda não voltou ao normal e o pior é que o funcionário público de Mato Grosso está pagando normalmente para não ter atendimento”, disse.
Para garantir a execução de procedimentos eletivos, como consultas, exames e cirurgias, os usuários do MT Saúde estão precisando, na maioria dos casos, acionar a Justiça.
O MidiaNews denunciou, na segunda-feira (29), o caso de um servidor que sofreu derrame e não consegue atendimento para recuperação em nenhuma unidade de Cuiabá, porque os médicos se recusam a atender pelo plano até que as dívidas sejam quitadas. Leia mais
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