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10.09.2013 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Magistrado diz que sistema de ônibus é "uma desordem”

TJ rejeita pedido da Pantanal Transportes para deixar de pagar outorga

MidiaNews/Reprodução

Desembargador Luiz Costa decreta: o sistema de coletivo em Cuiabá é "uma desordem"

Desembargador Luiz Costa decreta: o sistema de coletivo em Cuiabá é "uma desordem"

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou o pedido feito pela empresa Pantanal Transportes Ltda., que opera no sistema de transporte coletivo urbano de Cuiabá, para deixar de pagar à Prefeitura a outorga pela exploração do sistema, alegando que não detêm exclusividade de operação na Capital e sofre concorrência das empresas de transporte alternativo (microônibus).

No despacho assinado pelo desembargador Luiz Carlos da Costa, no dia 1º de agosto, o magistrado observa a empresa está com a concessão vencida desde 2009 e “totalmente irregular no sistema de transporte de Cuiabá, atuando sem licitação ou renovação da concessão”.

No pedido, a empresa alega sobreposição de linhas por parte dos microônibus sem a realização de processo licitatório e declara ser inconstitucional a Lei Municipal 2.758/1990, que autoriza o serviço de táxi-lotação na Capital.

“Todavia, o que se denota é que o sistema de transporte de passageiros no Município é uma verdadeira desordem”, diz o magistrado, em trecho da decisão.

"[...] o que se denota é que o sistema de transporte de passageiros no Município é uma verdadeira desordem"

Costa alega que Pantanal Transportes e as empresas Expresso Norte Sul e Integração Transportes exploram o sistema atual sem que tenham participado do processo licitatório realizado em 2002, tendo assumindo os serviços posteriormente.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Alternativo (Seta), as três empresas apenas “pegaram carona” no processo de licitação que declarou como vencedoras a Coxipó e a Princesa do Sol – razão pela qual o Ministério Público Estadual (MPE) já pediu revisão da licitação.

Em outro ponto da decisão, o desembargador cita que a retirada dos microônibus de circulação apenas irá prejudicar a população.

“A simples exclusão das empresas agravadas não resolverá a situação; pelo contrário, agrava-la-á, em razão do elevado número de usuários do sistema de transporte em voga no momento”, diz outro trecho do despacho.

Transporte alternativo


Presidente da Seta, João Pedro Wesner comemorou mais uma derrota das empresas de transporte coletivo na Capital e afirmou que a nova decisão mantém a tranquilidade de atuação do transporte alternativo em Cuiabá.

“Continua valendo a lei 2.758, que é a permissão que nós temos para circular”, disse.

Segundo Wesner, atualmente, há 71 micros em circulação pela Capital, que atendem, em média, 60 mil usuários por dia.

"Temos que proporcionar essa disputa entre as empresas para se colocar mais carros em circulação, ter mais horários e mais linhas"

O presidente discordou que o transporte alternativo cause prejuízo às empresas de transporte coletivo por dividir as mesmas linhas e defende que a concorrência é essencial para garantir a melhoria contínua do sistema.

“Nas cidades onde não há lotação e nenhum tipo de concorrência, eles fazem um consórcio, como é o caso de Campo Grande (MS), onde não há transporte alternativo e um consórcio atende à cidade toda. Isso é monopólio, e a nossa Constituição Federal proíbe isso. Temos que proporcionar essa disputa entre as empresas para se colocar mais carros em circulação, ter mais horários e mais linhas”, disse.

“Para o cidadão, isso é um benefício, porque se um dia nós sairmos de circulação, o usuário terá menos ofertas de horários e de linhas”, completou.

Ações na Justiça


As empresas de transporte coletivo tentam impedir na Justiça, desde 2012, as atividades das empresas de táxi-lotação na Capital.

Em março deste ano, elas conseguiram decisão favorável, em caráter liminar, para suspensão das atividades, mas a Seta conseguiu reverter a decisão.

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Nilvo Cesar  11.09.13 08h33
Um pedido no minimo desaforado, trabalha com contrato vencido, oferece um frota velha, e pelo que foi noticiado semana passada a referida empresa comprou uma dessas empresa de taxi-lotação, creio que o povo anseia pelo dia em que a justiça será feita em cuiabá, e saia uma licitação de verdade e entre aqui empresas sérias oferecendo carros novos e todos com ar condicionado, em relação a campo grande como foi dito aqui, pode ser um consórcio sim, mas verifiquem a qualidade dos ÔNIBUS, verifiquem o sistema de integração na cidade, verifiquem os terminais de transbordo, verifiquem a conduta dos motoristas, velocidade máxima permitida 50 km/Hrs e respeitado, corredores exclusivos de ônibus, e aqui? o que temos? sucatas, desorganização de linhas, de horários, praticamente não existe terminais de transbordo, e os que tem é imundo, velocidade quem determina é o atraso do motorista, que não respeita pessoas idosas muito menos deficientes, quem usa é o povo e o povo merece mais dignidade e respeito por quem opera o transporte público, o que temos é um transporte falido, ineficiente, assim como não temos pessoas capacitadas para dirigir esta área, assim como não temos engenheiro de tráfego que ajude a melhor o trânsito, ta na hora de importarmos esses profissionais que fazem a diferença, assim como fez a diferença em campo grande-ms, e se foi bom para desenvolver lá será muito melhor para cuiabá. que haja justiça e que venha uma licitação de verdade acompanhada pelo M.P e demais orgãos para que não haja mais fraude e o caos continue a bem de políticos inescrupulosos.
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Douglas M.  11.09.13 08h28
Está insuportável andar de onibus em Cuiabá, principalmente nos horários de pico, onibus lotados, sujos e pior sem ar-condicionados, por favor Mauro Mendes faça alguma coisa.
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Karluf  11.09.13 06h49
Concorrência? Não vejo concorrência entre as empresas de ônibus e as de micro-ônibus!!! Ambas tem o mesmo salgado preço da tarifa, os mesmos SUCATÕES de veículos e inclusive, os MESMO motoristas MAL educados, que andam fazendo verdadeiras barbaries no transito. Pior que esses motoristas, só mesmo, os da linha INTERMUNICIPAL de VG, que deveriam ter, TODOS, a habilitação caçada!!
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Valdeci Mansur  10.09.13 19h07
O Des. Luis Carlos da Costa é, de longe, o magistrado mais corajoso e com postura mais vocacionada para a defesa dos interesses sociais. Um juiz brilhante e honrado. Um exemplo a ser seguido por muitos.
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