LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Em protesto contra o aumento da passagem de ônibus de Cuiabá e Várzea Grande, manifestantes estão colhendo assinaturas em um abaixo-assinado hospedado no site Petição Pública –
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Mais de 350 mil usuários do transporte coletivo na Grande Cuiabá foram pegos de surpresa na última sexta-feira (28), com o aumento “relâmpago” das tarifas, que antes eram de R$ 2,70 na Capital e R$ 2,60 nos coletivos intermunicipais (que transitam entre as duas cidades).
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"Não foi apresentada nenhuma condição de melhora no transporte público e não há justificativa para o aumento do valor da passagem", diz trecho da petição online
Na petição, que já possui mais de 500 signatários e cujo link está sendo disseminado pelas redes sociais, os usuários de transporte coletivo reclamam da qualidade dos serviços prestados pelas empresas detentoras do serviço, afirmando que os ônibus não seguem horários fixos e estão sucateados.
“Não foi apresentada nenhuma condição de melhora no transporte público e não há justificativa para o aumento do valor da passagem”, diz trecho do documento.
Os usuários também reclamam da ausência dos cobradores nos ônibus municipais, o que obriga os usuários a adquirirem o cartão transporte e não mais fazerem uso de dinheiro para pagarem a passagem.
“Lembrando que as empresas reduziram seus custos, demitindo os cobradores e trazendo mais transtornos para os usuários”, diz outro trecho da petição.
"Panelaço"Os usuários prometem fazer uma grande manifestação na próxima quarta-feira (9), na Praça Alencastro - em frente à Prefeitura de Cuiabá - a fim de pedir ao atual gestor, Mauro Mendes (PSB), a redução da tarifa.
O ato está marcado para às 9h e, segundo a página dos manifestantes em uma rede social, mais de 1,5 mil pessoas já confirmaram presença.
Nova tarifaPara justificar o aumento, as empresas alegam aumento no valor do combustível (óleo diesel menos poluente, que seria 23% mais caro que o comum) e reajuste do salário dos empregados, segundo o presidente da Associação Mato-grossense de Transportadores Urbanos de Mato Grosso (AMTU), Ricardo Caixeta.
“Houve um reajuste de 5% no valor da mão de obra e uma redução da carga horária. O combustível também ficou mais caro”, explicou.
Quando passaram a retirar os cobradores de ônibus de suas funções, a fim de obrigar os usuários a fazerem uso do cartão de transporte, os empresários acreditaram que teriam redução nos gastos com pessoal.

"Houve um reajuste de 5% no valor da mão de obra e uma redução da carga horária. O combustível também ficou mais caro", explica presidente da AMTU
Por essa razão, ofereceram aumento aos motoristas de ônibus – que acumularam a função de receber o dinheiro da passagem dos usuários que não tivessem o cartão –, fazendo com o salário subisse de R$ 1,2 mil para R$ 1.680,00.
Porém, segundo a MTU, a maioria dos funcionários que atuava na cobrança das passagens foi remanejada para outros setores da empresa e não demitida, o que aumentou a despesa das empresas.
A integração entre as linhas e o aumento do consumo dos veículos por cada viagem, em virtude das obras da Copa do Mundo de 2014, também foram justificativas usadas para o aumento da passagem, segundo o diretor da Agência Reguladora dos Serviços Públicos e Delegados de Mato Grosso (Ager-MT), Aroldo Luna Cavalcanti.
ConcessãoAs concessionárias de transporte coletivo na Capital são: Pantanal Transporte Urbano Ltda., Expresso Norte Sul Transportes Ltda. e Integração Transporte Ltda.
A empresa que é responsável pelas linhas intermunicipais (que ligam Cuiabá à Várzea Grande) é a União Transportes.