Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
GUERRA DAS CATRACAS
16.05.2012 | 11h25 Tamanho do texto A- A+

Microônibus continua parado; usuário enfrenta transtorno

Disputa jurídica entre empresas provoca superlotação e complica sistema de coletivos

Lislaine dos Anjos/MidiaNews

Sem os microônibus, demanda por ônibus aumentou; transtorno começou nas primeiras horas da manhã

Sem os microônibus, demanda por ônibus aumentou; transtorno começou nas primeiras horas da manhã

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A quarta-feira (16), em Cuiabá, amanheceu demandando paciência dos usuários de transporte coletivo da Capital.

A ausência dos microônibus nas ruas da cidade chamou a atenção dos usuários, uma vez que alguns chegaram a esperar por até 40 minutos nos pontos, para conseguirem embarcar em veículos superlotados.

Nesta terça-feira (15), o Município colocou em prática a decisão dada pelo juiz da 1ª Vara Especializada de Fazenda Pública, Márcio Guedes, para a retirada imediata dos microônibus em circulação nas ruas de Cuiabá.

Ainda na tarde de ontem, a assessoria jurídica do Sindicato das Empresas de Transporte Alternativo (Seta) obteve, junto ao desembargador Luiz Carlos da Costa, um Agravo de Instrumento (recurso) que suspendeu os efeitos da liminar concedida pela 1ª Vara. No entanto, até que o município seja notificado da decisão, os micros estão proibidos de voltar a circular.

Segundo a assessoria de imprensa da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), as empresas Norte Sul, Integração e Pantanal Transportes teriam liberado, já pela manhã, mais 45 veículos para somarem às frotas existentes, a fim de darem conta da demanda dos usuários. Até então, segundo a MTU, apenas 360 ônibus estariam operando na Capital.

Apesar disso, os usuários não pouparam reclamações nesta manhã. Um dele foi o autônomo Márcio Vieira, de 52 anos, que usa diariamente o transporte público da Capital. Morador do Coxipó, ele disse que precisou esperar por mais de meia hora para conseguir embarcar em um ônibus para o Centro da Capital, onde trabalha. Ele é contra a retirada dos microônibus de circulação.

"Todo ônibus que passava estava lotado, não cabia mais ninguém. Se for pra ficar desse jeito, é melhor que deixe eles (microônibus) voltem (a circular)", reclamou.

Ao todo, 82 micros e vans, que atendiam cerca de 50 mil passageiros, foram tirados de circulação. Eles correspondiam a 20% da frota que atua nas ruas da cidade, de acordo com a Seta, sendo que 30% das pessoas que fazem uso do transporte alternativo são detentoras do passe gratuito.

O advogado que representa a MTU, Pedro Verão, afirmou ao MidiaNews que aguarda a notificação da Justiça para avaliar se irá ou não recorrer da decisão que autorizou a volta dos microonibus, mas defendeu que o objetivo das empresas de ônibus é de acabar com o que chamam de “concorrência predatória e desleal”.

“Não queremos tirar os microônibus de circulação, mas queremos que eles atuem realmente coo transporte alternativo. Ele deveriam oferecer um serviço com mais conforto, diferenciado, com preços também diferentes, sem fazer integração”, afirmou Verão.

As empresas alegam que os micros atuam em sobreposição de linha e que não pagariam as mesmas taxas fixas e parciais de outorga pela concessão dos serviços, tendo assim uma margem de lucro maior, segundo o advogado.

Verão rebateu, ainda, a alegação do Sindicato dos Microônibus de que, por não terem participado do processo licitatório em 2002 para concessão do transporte coletivo na Capital, as empresas estariam atuando de maneira irregular no sistema. Segundo ele, a transferência das concessões para as novas empresas foi feito dentro do que manda a lei e irá ser mantido até 2014.

“Nós estamos executando os contratos de uma concessão pública porque atendemos os requisitos previstos e tivemos a autorização do Município para assumirmos os serviços. Estamos regulamentados”, disse o advogado.

A defesa alega ainda que apenas quer uma regulamentação dos serviços e a concorrência justa. Segundo Verão, caso a Prefeitura de Cuiabá conceda rotas exclusivas para os micros, as empresas não irão fazer oposição.

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7 Comentário(s).

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Armando Alves  16.05.12 14h14
É um exemplo clássico do sujo falando mal do mal lavado. Tanto os onibus convencionais quanto os micro-ônibus estão totalmente irregulares e essa administração não faz nada, absolutamente nada para corrigir o absurdo.
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Paulo  16.05.12 13h18
O Pedro Verão nunca deve ter andado de ônibus. O padrão de qualidade das empresas são ônibus velhos igual os da Integração que receberam apenas pinturas novas. De manhã estava uma baderna, linha 308 ultra demorada e na 220 colocaram uma carroça toda suja da Pantanal. De monopólio já basta a União em VG.
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Thayane  16.05.12 13h15
Sinceramente..Quem concorda com a retirada dos microonibus não depende de transporte público. Os ônibus atrasam muito e não tem frota suficiente para atender a demanda. Deviam pensar no povo que o sustenta ao invés de pensar somente no lucro.
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jairo  16.05.12 12h34
Gente, suspender o transporte alternativo, so depois de provado o suprimento destes mesmos onibus. Chega de deixar o povao sempre em ultimo lugar.Um pais so ira bem quando "todo seu povo" estiver bem e nao so aqueles decarro.
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Marlon Rodrigues  16.05.12 12h27
Concordo com as empresas que propuseram a ação. Esses Micro-ônibus agem realmente de forma desleal perante as outras empresas e perante os usuários. Para continuar a desenvolver suas atividades, a meu ver, teria que modificar muitas coisas.
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