Disputa pela Federação das Indústrias vai parar na Justiça

As eleições para a presidência da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) foram suspensas hoje (03), por determinação da desembargadora Maria Berenice Carvalho Castro Souza, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A atual diretoria da federação havia marcado o pleito para o próximo dia 27 de abril.

O advogado Francisco Esgaib, que representa o empresário Carlos Antônio de Borges Garcia, o "Catonho" (sócio da Engeglobal e do Hotel Global Garden), entrou com um mandado de segurança, que derrubou a decisão do juiz da 4ª Vara de Trabalho da Capital, José Roberto Gomes Júnior.

O magistrado Gomes Júnior havia indeferido o pedido de Catonho ontem (2). Mas a desembargadora deu a decisão favorável e, agora, a data das eleições não está definida, mas deve ocorrer entre os dias 29 de setembro e 20 de outubro.

“A CLT, no artigo 532, diz que as eleições têm que ser, no mínimo, 20 dias antes do término do mandato e, no máximo 60 dias. Não havia razão para anteciparem o pleito para 27 deste mês”, explicou Esgaib.

O fato é que seu cliente havia entrado com uma ação cautelar contra o presidente em exercício do órgão Jandir José Milan, para que houvesse a suspensão da eleição para nova Mesa Diretora do Exercicio de 2012. Milan, que busca a reeleição na Fiemt, tentou antecipar a data do pleito, mas não conseguiu manter a decisão.

“A antecipação da eleição restringe o amplo debate, por ser um ato nulo, não gera direitos, nem produz interações jurídicas definidas para eventuais beneficiários dos atos ilegais”, observou o advogado.

Desespero

O atual presidente Jandir Milan, favorito para a reeleição, disse que a ação ajuizada reflete o "desespero do concorrente".

"Ele (Catonho) alegou que não teve tempo de montar a chapa. Mas, começou a trabalhar em dezembro de 2011, antes de mim. Essa história de entrar na Justiça foi por desespero. Não era para ter chegado nesse ponto. Não somos um partido político, mas uma organização”, lamentou Milan.

Segundo ele, 38 representantes de sindicatos patronais votarão para escolher o novo presidente. E seu adversário teria apoio de apenas 2, o de Energia e Álcool.