O Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso e a ONG Moral (Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania) aprovaram, hoje (22), uma moção de repúdio ao defensor público-geral André Prieto, pelo fechamento dos Núcleos da Defensoria em cerca de vinte comarcas do Estado.
O documento, segundo nota distribuída à imprensa, foi assinado por 82 delegados participantes da 1ª Conferência Estadual sobre Transparência e Controle Social, realizada pela Auditoria Geral do Estado.
Os autores da moção criticam o fechamento dos núcleos mesmo com o aumento do orçamento da Defensoria, que passou de R$ 48 milhões, em 2010, para R$ 54 milhões, em 2011.
O texto da moção também faz referência às recentes denúncias, tanto da Corregedoria, quanto do Ministério Público, citando os "fortes indícios de desmandos e de arbitrariedades praticados pela atual gestão da Defensoria Pública de Mato Grosso".
Tais denúncias, motivaram uma Ação Civil Pública por improbidade administrativa proposta pelo promotor de Justiça Mauro Zaque.
Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com André Prieto para ouvir sua posição diante das cobranças. Seu telefone celular estava na caixa de mensagens.
Veja abaixo o texto completo da Moção
“Apesar do orçamento da Defensoria Pública de Mato Grosso ter aumentado de 2010 para 2011 em mais de 10% (de 48 para 54 milhões anuais), houve um inconcebível plano de interrupção de seus serviços em cerca de 20 (vinte) Comarcas do interior (Arenápolis, Aripuanã, Brasnorte, Cláudia, Colniza, Cotriguaçu, Feliz Natal, Guarantã do Norte, Itaúba, Jauru, Marcelândia, Nortelãncia, Nova Monte Verde, Porto Esperidião, São Félix do Araguaia, Vila Rica etc.).
Todavia, ao mesmo tempo em que os núcleos da Defensoria Pública foram fechados no interior, alegando-se falta de condições orçamentárias e financeiras para mantê-los abertos, contraditoriamente, os recursos disponíveis foram comprometidos com aumento de gastos com auxílios transporte e moradia aos seus membros.
Para maior estarrecimento da sociedade, em que pese ter havido mais um incremento orçamentário de 2011 para 2012, de aproximadamente 15% (de 54,12 para 62,52 milhões de reais anuais), no orçamento da Defensoria Pública de Mato Grosso, o atual Defensor Público-Geral, incompreensivelmente, declarou que: “sem meta de expansão, 2012 será para quebrar galho”.
Isso tudo, enquanto várias despesas ordenadas pelo atual Defensor Público-Geral (com combustível, baile de gala, produtora de vídeo, viagens de avião, locação de veículos, material gráfico etc.) encontram-se maculadas por suspeição, em razão de supostamente terem sido superfaturadas, direcionadas etc. - tal como a própria Corregedoria-Geral da Defensoria Pública de Mato Grosso apurou; bem como foi denunciado pela ONG MORAL e pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso; e conforme toda a imprensa regional tem massivamente noticiado.
Portanto, diante dos fortes indícios de desmandos e de arbitrariedades praticados pela atual gestão da Defensoria Pública de Mato Grosso, nós, delegados e delegadas da 1ª Conferência Estadual de Transparência e Controle Social de Mato Grosso, reunidos na Escola do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, no período de 20 e 21 de março de 2012, vimos apresentar a presente Moção de Repúdio em face do atual Defensor Público-Geral de Mato Grosso, André Luiz Prieto, pelo abrupto fechamento dos núcleos da Defensoria Pública de Mato Grosso, em cerca de 20 Comarcas do interior do estado.
E nós o fazemos confiantes de que as autoridades competentes tomarão todas as providências cabíveis, devidas e necessárias, para promover a reabertura dos núcleos e garantir a preservação do patrimônio público da Defensoria Pública de Mato Grosso.
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8 Comentário(s).
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Virgilio Almeida 24.03.12 09h43 | ||||
Tenho vários amigos Defensores, e sempre acompanhei o caos das instalações desses núcleos que foram fechados, sem estrutura alguma, não tinha condições de permanecerem abertos,atendendo em 'barracas', sem móveis, sem materiais de informática, etc. | ||||
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João Gomes 23.03.12 14h15 | ||||
Aproveito a carona e tbm o critico, pq desmantelou a Defensoria. Não se pode esquecer que milhares de pessoas dependem da Defensoria para defesa dos seus direitos. O desmantelamento de um equipamento da sociedade como a Defensoria considero tão maléfico quanto roubar merenda escolar das criancinhas indefesas, porque suprime do cidadão com hipossuficiência financeira o direito pétrio ao contraditório e a ampla defesa. Advogado dativo não cumpre o mesmo papel da Defensoria !!! | ||||
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Valdir 23.03.12 10h27 | ||||
Pelo que entendi não está sendo exigido a instalação da defensoria em todas as comarcas de imediato, o que o MP quer saber o que está acontecendo com essa bagatela!!! 55.000.000,00!!!, afinal esse dinheiro é do povo. À justiça para pronunciar sobre o assunto. vamos aguardar. | ||||
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jose carlos da 23.03.12 10h11 | ||||
lucas campos creio que voce pelo visto tambem nao conhece a fundo a defenssoria como eu desde sua criaçao saiba lucas que chefe de gabinete que nao viaja mais recebe diaras de mais de 4500 reais pra que defenda mais a justiça divina e quem vai decedir. | ||||
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Lucas Campos 23.03.12 09h03 | ||||
Temos visto no Brasil que as maiores máfias tem sido as ONG'S, que se utilizam de certas regalias legais para aproveitar as torneiras do Governo, os fatos comprovam ! São tantas que recebem verbas indevidamente, que se fosse listá-las daria um livro. Infelizmente, esse terceiro Setor não é confiável e se tem mostrado para denigrir imagens de instituições sérias, como a Defensoria Pública, nunca ouvi falar que essa ONG procurou a Administração da Defensoria Pública, para conhecer a realidade dessa Instituição, aliás, esses que criticam não possuem autoridade para tanto, pois não conhecem a realidade interna da Defensoria, são pessoas externas, alheias aos fatos, sugiro que façam uma visita a Sede, aos Núcleos e depois voltem com uma opinião cientifica e não empírica como esta que comumente vem mostrando nos meios de comunicações. | ||||
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