Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
POLÊMICA NA DEFENSORIA
03.04.2012 | 07h50 Tamanho do texto A- A+

Registro no Detran mostra que carro foi vendido em 2009

O defensor-geral André Prieto informou que vendeu o Corsa Classic em 2011

Divulgação

O defensor público-geral, André Prieto, envolvido em outra polêmica: venda de veículo

O defensor público-geral, André Prieto, envolvido em outra polêmica: venda de veículo

CARLOS MARTINS
DA REDAÇÃO

Conforme registro no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), a transferência a Célio Gomes de Souza do veículo Corsa Classic, que pertencia à Associação Mato-grossense dos Defensores Públicos (Amdep), foi feita em 17 de setembro de 2009, menos de quatro meses depois que o atual defensor público-Geral, André Prieto, assumiu a presidência da entidade para o biênio 2009-2011.

Em nota enviada ao MidiaNews no último sábado (31), Prieto disse que o carro foi vendido no final de sua gestão (ele saiu em março de 2011).

O presidente da Ong Moral, Ademar Adams, disse que fará uma reunião com os demais membros, para tomar uma posição diante da suposta irregularidade. “Vamos discutir o assunto e poderemos solicitar ao Ministério Público a abertura de um processo”, informou, destacando que, se for comprovada a venda irregular, estará caracterizado crime de apropriação indébita, já que, na época, o dinheiro não foi depositado na conta da entidade. 

A Ong Moral entrou no Ministério Público com diversas representações questionando a gestão de André Prieto. Uma delas resultou na abertura de uma Ação Civil Pública por improbidade administrativa devido a compra considerada “exagerada” de 186 mil litros de combustível.

A venda do carro foi descoberta em julho de 2011 quando a atual gestão da Amdep tomou conhecimento que o veículo foi vendido por Prieto sem autorização da Assembleia Geral e que o dinheiro da venda – R$ 24.000,00 - não entrou para os cofres da Amdep. Arfox assumiu em junho de 2011 para a gestão 2011-2013. O caso veio à tona na última quarta-feira (28.03) quando o presidente, Munir Arfox, enviou por e-mail um Boletim Informativo aos 140 defensores públicos, relatando o episódio. (Veja aqui a reportagem)

Conforme o boletim, na primeira reunião, no dia 1º de julho de 2011, na qual compareceram apenas quatro defensores, foi feito um levantamento da situação da Amdep, e se descobriu que o veículo estava em nome de terceiros. Após esta reunião, Munir Arfox solicitou a presença de Prieto na Amdep para que ele se manifestasse sobre o assunto.

Na ocasião, Prieto não justificou o motivo da venda, nem por que vendeu sem a autorização da assembleia, apenas se comprometeu em depositar o valor da venda.

Na nota enviada ao MidiaNews (veja abaixo), Prieto disse que vendeu o carro porque o mesmo estava “bastante desgastado e os custos de manutenção tornaram inviável sua utilização pela associação”. Ele ressaltou, ainda, que houve um ganho para a entidade, já que o carro foi vendido por R$ 24 mil, preço acima do mercado, visto que o carro, segundo ele (baseado no site Usado Fácil), valia R$ 18 mil. Reiterou que o Corsa Classic foi vendido “mediante cheques pré-datados, que foram repassados ao atual presidente da Amdep”.

Em trecho do boletim, o presidente Munir Arfox diz o seguinte: “Entrei em contato com o Dr. André Prieto e pedi sua presença na Amdep, onde o mesmo disse que precisou vender o veículo, porém, não justificou o porquê de não dar entrada do valor da venda para a conta da Amdep, no entanto, comprometeu-se a retornar o valor da venda, o que foi feito dentro de poucos dias (R$ 24.000,00), que está em aplicação na conta da Amdep.”.

Conforme algumas fontes ouvidas pela reportagem, a expressão “o que foi feito dentro de poucos dias” pode significar que o “retorno da venda” tenha ocorrido após a reunião realizada no dia 1º de julho de 2011, e a conclusão, é que entre a venda do veículo – 17 de setembro de 2009 – e a entrega dos cheques relativos à venda, transcorreram quase dois anos.

Segundo a assessoria da Amdep, a confirmação da data em que os cheques foram entregues poderá ser feita apenas pelo presidente Munir Arfox, que está viajando e retornará após o dia 6 de abril.

Clique AQUI e veja a reprodução do registro do Detran que comprova a transferência em 17.09.2009.

Veja abaixo a nota enviada pela assessoria de André Prieto, na qual assegura que a venda ocorreu no final do mandato (março de 2011):

O veículo modelo Corsa, da Associação Mato-grossense de Defensores Públicos (Amdep), foi vendido no final do mandato do então presidente André Luiz Prieto porque se encontrava bastante desgastado e os custos de manutenção tornaram inviável sua utilização pela associação.

O preço de mercado, à época da venda, era de R$ 18 mil, e a negociação foi efetuada pelo valor de R$ 24 mil, portanto acima do estimado.

O referido automóvel foi vendido mediante cheques pré-datados, que foram repassados ao atual presidente da Amdep. O dinheiro encontra-se depositado em conta da Associação, mediante aplicação financeira.

Hoje, o valor estimado desse mesmo veículo, em bom estado de conservação, é de R$ 16 mil. (fonte site Usado Fácil)

Houve, portanto, um ganho para a Amdep de pouco mais de R$ 8 mil. Dr. André Prieto tem recibo emitido pelo atual presidente da Associação, Munir Arfox, que comprova o repasse desses valores.

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COMENTÁRIOS
20 Comentário(s).

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Luis Antonio  04.04.12 10h51
Luis Antonio, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Claudio Arantes  04.04.12 00h05
nao entendo tanto escandalo que pronunciam da defensoria, será que tem mesmo tanta importancia esses posts? Coitado do André Prieto, esse está com um calo no sapato com essa tal ONG moral...
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João da Silva Maidana  03.04.12 19h53
João da Silva Maidana, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Sergio Aroldo  03.04.12 14h37
O problema então está em ser bom ou mal negociante. Ética e moralidade são apenas teorias para livros de direito para vocês, meus amigos? Abram os olhos Defensores ... uma hora essa bomba vai estourar na mão de todo mundo e ninguém vai poder alegar desconhecimento da lei !!!
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Carlos Eduardo  03.04.12 14h17
Caríssimos, a discussão aqui é muito mais séria do que se imagina pois que uma pessoa, representante de classe, vender um veículo e ficar com o dinheiro constitui apropriação indébida. O prejuízo sofrido pela ANDEP inclui o período que a ANDEP ficou sem o veículo, além da correção.
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