Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
PARA JULGAR VLT
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Juiz Julier não se considera suspeito para julgar VLT

Magistrado classificou pedido de suspeição do MPE e MPF "leviano" e continua no caso

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Julier cassou liminar que suspendia as obras do modal

Julier cassou liminar que suspendia as obras do modal

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

O juiz federal Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, decidiu permanecer como titular da ação que visa a impedir a continuidade das obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá e Várzea Grande.

Ele rejeitou o pedido de exceção de suspeição feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF), que o apontaram como suspeito para julgar o caso, pelo fato de seu irmão Joel Divino da Silva trabalhar na Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa 2014). O juiz afirmou que o pedido era "leviano".

As obras do VLT chegaram a ser suspensas por decisão do juiz federal Marllon de Souza, que concedeu a liminar atendendo pedido do MPE e MPF. No entanto, o juiz Julier cassou a liminar menos de 10 dias depois e as obras foram retomadas.

Depois da liberação, o promotor Clóvis de Almeida Junior, do MPE, e o procurador Rodrigo Golívio Pereira, do MPF, entraram com pedido para que o magistrado se declarasse suspeito para atuar no caso.

Esposas de promotor e procurador

Na decisão, Julier afirmou que seu irmão é “mero servidor da Secretaria Extraordinária da Copa, há mais de ano e dia, sem qualquer vinculação com o VLT e/ou com os atos administrativos questionados na sobredita ação civil pública” ( AQUI a íntegra da decisão).

Ele diz que, se adotada a tese de suspeição do MPE e MPF, o promotor Clóvis de Almeida Júnior e o procurador da República Rodrigo Golivio Pereira não poderiam sequer ter feito a petição inicial da açao civil pública, já que as mulheres deles, Sandra Nalu de Carvalho Campos Almeida e Carmem Santana, são servidoras da União.

O magistrado argumenta que suspeitar da participação do promotor e do procurador no caso por conta dos cargos que as mulheres deles ocupam seria esdrúxulo, ridículo, sem base legal e leviano, já que são meras servidoras da União, não sendo os representantes do MPE e do MPF interessados no julgamento da causa em favor de 'alguém estranho à lide".

“Se aplicam aos membros do Ministério Público as mesmas causas de impedimento e suspeição pertinentes ao juiz”, escreveu Julier. 

"Intimidação"

O juiz Julier questionou também motivação dos autores da petição para que ele se afastasse do caso, lembrando que o pedido só foi feito após ele emitir decisão favorável à continuidade das obras do VLT.

“Aguardaram a decisão do juízo para, só então, ajuizar o vertente incidente processual, em clara conduta intimidatória ao juiz que autorizou a continuidade do empreendimento em decisão devidamente motivada”, ressaltou.

O magistrado comparou a ação do Ministério Público a ações do crime organizado, pois os autores teriam pedido seu afastamento somente porque ele contrariou seus interesses.

“Na verdade, por vias transversas, pretendem os membros do Ministério Público que subscreveram a exceção de suspeição escolher juiz, procurando afastar aquele que decidiu contrariamente a seus interesses, prática esta muito utilizada por acusados de pertencerem ao crime organizado, quadrilhas e afins. Lamentável a utilização da exceção de suspeição para fins não republicanos e em ofensa ao princípio do juiz natural”, escreveu.

Julier criticou, ainda, o fato de os membros do Ministério Público não terem levado nenhuma testemunha para a audiência e, posteriormente, na petição, terem desqualificado as testemunhas arroladas pelo juízo. “É muito estranho o comportamento dos Excipientes, que foram desidiosos e lenientes”, afirmou.

Clique AQUI para ler a decisão na íntegra.

Leia AQUI e AQUI mais detalhes sobre o pedido do Ministério Público para que Julier fosse afastado do caso.





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COMENTÁRIOS
12 Comentário(s).

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Ademir  14.09.12 21h27
Poxa, não queria ver a cara destes promotores, mais uma vez mostram o quanto foram errados desde o começo, e só fazem cada vez mais asneiras, é tempo de pensar, atuar pelo povo, cobrar as responsabilidades, prazos, coerência, e ser um MP responsável e não este que demonstra nos tempos atuais.
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maria  14.09.12 10h15
Os interessados podem sair a procura de pequenos animais em extinção no trecho onde será construído o VLT. Quem sabe não encontram uma baratinha diferente, uma aranha desaparecida, um rato ou uma rã raros. A necessidade de preservação de um bichinho desses pode paralisar a obra, não? Já que fazem tanta questão...
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félix  13.09.12 21h23
dá-lhe julier. com efeito, a atuação dos MPE e MPF nessa ação tem se mostrado um tanto amadora, levando em consideração a magnitude dos fatos tratados.
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ALACIR DE MIRANDA SCHURING  13.09.12 21h22
NÓS CUIABANOS GOSTAMOS DA CANETADA DO DR. JULIER QUE QUANDO É APLICADA BALANÇA MESMO MATOGROSSO
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Eustaquio  13.09.12 21h19
Eustaquio, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas