Cuiabá, Domingo, 10 de Agosto de 2025
DE 1,4 A 1,8 BILHÃO DE REAIS
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Secopa busca alternativa para reduzir os custos do VLT

Valores propostos - entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,8 bilhão - estão acima das expectativas do Governo

Secom/MT

Envelopes com propostas para a construção do VLT foram abertos nesta segunda, na Secopa

Envelopes com propostas para a construção do VLT foram abertos nesta segunda, na Secopa

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

As propostas apresentadas na manhã desta terça-feira (15),  na abertura do processo licitatório visando à implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá e Várzea Grande, que variaram entre R$ 1,47 bilhão e R$ 1,85 bilhão, ficaram acima das expectativas da Secopa.

Desse modo, o Governo do Estado vai buscar alternativas para conseguir mais recursos para investir na construção do modal de transporte coletivo urbano para a Copa do Mundo de 2014..

Antes disso, porém, a Secopa vai solicitar ao consórcio vencedor que reduza o valor para executar a obra, adequando-se ao custo planejado pela Secopa. As empresas vencedoras da licitação só serão conhecidas após a análise da proposta técnica, processo que deve ser concluído em 10 dias.

Questionado sobre os altos valores apresentados, o secretário da Copa, Mauricio Guimarães, admitiu que o Governo trabalhava com a expectativa de um custo menor. “Não digo que foi surpresa, mas ficou um pouquinho acima da nossa expectativa”, declarou o secretário, em entrevista coletiva, após a abertura dos envelopes com as propostas dos quatro consórcios que estão na concorrência.

O Governo do Estado já conseguiu, junto ao Governo Federal, autorização para contrair dois empréstimos, que somam R$ 1,15 bilhão. Desse montante, R$ 423 milhões já foram contratados junto à Caixa Econômica Federal, pois o valor foi transferido do financiamento autorizado para o modal escolhido anteriormente, o BRT (Bus Rapid Transit), um modelo de corredores exclusivos para ônibus.

Os outros R$ 727 milhões já foram autorizados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e o contrato de financiamento será firmado com a Caixa, que buscará os recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Desse modo, caso a proposta vencedora seja a mais barata, no valor de R$ 1,47 bilhão proposto pelo consórcio “VLT Cuiabá”, serão necessários pelo menos mais R$ 320 milhões para complementar o valor da obra.

Em caso de a vencedora ser a proposta mais cara, a do consórcio “Expresso Verde”, no valor de R$ 1,85 bilhão, serão necessários R$ 700 milhões a mais.

Como a licitação foi feita pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação), o Governo se valeu do sigilo permitido nessa modalidade e não divulgou o valor estimado pela equipe técnica da Secopa para implantar o VLT em Cuiabá e Várzea Grande. O valor estimado pelo Governo será divulgado após o resultado final da concorrência.

Redução de preço

“Com certeza, a primeira opção será abaixar os valores [das propostas]”, informou Mauricio Guimarães. “Mas, se isso não acontecer, tem 'n' alternativas para fazer essa complementação. Estamos com recurso garantido nesse valor [R$ 1,15 bilhão]. Feita a finalização do processo, vamos discutir de que forma faremos a complementação”, garantiu Guimarães.

“Com o resultado, vai-se verificar o valor que, efetivamente, será necessário. A partir daí, o Governo tem várias opções para fazer a complementação, se houver a necessidade. O Governo vai avaliar, com a equipe econômica do Estado, a melhor forma para fazer a complementação do valor da empresa ganhadora”, explicou o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, que também acompanhou a abertura da licitação.

Lacerda citou, entre as opções para incrementar o valor já assegurado, a realização de mais um empréstimo e a utilização de recursos próprios do Estado. “Mato Grosso foi classificado como o 2º Estado do Brasil em capacidade de endividamento. Então, não tem nenhuma dificuldade nesse sentido. Podemos também utilizar recursos próprios”, apontou o secretário.

O anúncio da forma de complementação escolhida será feito pelo governador Silval Barbosa (PMDB), após o divulgação do consórcio vencedor e a definição do valor final da licitação.

Clique AQUI para ler mais sobre a abertura da licitação.

Confira a relação das valores propostos e as empresas que compõem cada consórcio:

Consórcio "VLT Cuiabá": proposta de R$ 1.477.617.277,15
Formado por cinco empresas: Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda, Astep Engenharia Ltda.

Consórcio "Mendes Junior/Soares Costa/Alstom": R$ 1.547.152.071,95
Formado por três empresas: Mendes Junior Trading e Engenharia S.A, Sociedade de Construções Soares da Costa, Alstom do Brasil Engenharia e Transporte.

Consórcio "Tranvia Cuiabá": R$ 1.596.018.626,03
Formado por oito empresas: S/A Paulista Construções e Comércio, Trans Sistemas de Transporte S/A, Isolux Projetos e Instalações, Corsán-Corviam Construccion S/A, Isolux Ingeneria S/A, Vossloh España S/A, Vossloh Kiepe, Vetec Engenharia.

Consórcio "Expresso Verde": R$ 1.850.977.101,36
Formado por seis empresas: Engeglobal Construções Ltda, China National Machinery Import & Export Corporation - CMC, Construtora RV Ltda, Convap Engenharia e Construções S/A, Três Irmãos Engenharia Ltda, Ecoplan Engenharia Ltda.




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13 Comentário(s).

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Rui Barbosa de Souza  16.05.12 14h17
É um verdadeiro arrecadador de receitas para o Estado a longo prazo.É um ótimo investimento tendo em vista a contrapartida com as passagens ,etc.
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José Ribamar Bezerra Sá  16.05.12 10h40
EU JÁ VI ESSE FILME ANTES! PRIMEIRO APROVAM A "MENOR PROPOSTA", DEPOIS É QUE VEM A FARRA COM O ACRÉSCIMO DE INUMEROS ADITIVOS, QUE NO FINAL, LEVA O "CUSTO" DAS OBRAS ÀS ALTURAS!!
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José Gomes  16.05.12 10h27
Era esperado, daí a ausencia de surpresa com o resultado da licitação de preços do complexo do VLT em Cuiabá. Os custos do VLT já estouraram antes mesmo de iniciada a fatidica obra. O que era óbvio agora se espalha como vômito na cara do povo cuiabano. Esse VLT é um poço sem fundo para o dinheiro público. É carissimo, é inviável econômicamente até na rica europa - ainda que em crise momentosa - é megalômano em quaisquer padrões que se queira medi-lo. O da cidade do Porto em Portugal, "inspiração" para o modelo de Cuiabá, há quase uma década vem dando prejuizos que já ultrapassam R$ 3 bilhões. O VLT de Brasília está encalhado, o de Fortaleza se arrasta como lesma moribunda, o de Manaus idem. Por quê só o de Cuiabá será diferente? Ainda resta tempo para desistir dessa insanidade. Onde estão as tais "organizações da sociedade civil" que não se mobilizam contra este atentado à sanidade financeira do estado de MT? Onde anda os deputados ditos da OPOSIÇÃO que se calam vergonhosamente? Onde perambula o MINISTÉRIO PÚBLICO que não age para barrar esta irresponsabilidade do governador e seus apaniguados? Maior que o mico de não terminar a construção desse "minhocão" a céu aberto, será o prejuizo financeiro que o povo de todo o estado de Mato Grosso terá que arcar sabe-se lá por quantas gerações.
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José Ribamar Bezerra Sá  16.05.12 09h23
José Ribamar Bezerra Sá, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
France William de Campos Leite  16.05.12 07h18
France William de Campos Leite, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas