Governo demite assessor acusado de fraude na Fazenda

O governador Silval Barbosa mandou exonerar do cargo de assessor técnico da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) o servidor Antonio Ricardino Martins. Ele é acusado de colaborar com o esquema que produziu um desfalque de cerca de R$ 12,9 milhões da Conta Única do Estado.

O ato de exoneração foi publicado no Diário Oficial que circulou na quinta-feira (14). A publicação tem data retroativa de 3 de maio passado, quando a Justiça determinou o afastamento dos servidores acusados de envolviomento com o esquema.

Martins foi devolvido para o Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso (Cepromat), onde é, originalmente, lotado e também responde a a uma sindicância interna.

O assessor foi exonerado após investigações da Delegacia Fazendaria (Defaz) apontarem indícios de que ele se apropriou de mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos.

O dinheiro foi movimentado em duas contas bancárias de pessoas usada como "laranjas" pelo servidor - uma delas era sua empregada doméstica.

Durante a deflagração da Operação Vespeiro, comandada pelos delegados Cleibe Aparecida de Paula e Rogério Modeli, no dia 2 de maio, policiais encontraram um cartão bancário da doméstica Miralva Alves dos Santos, que trabalhava para o servidor da Sefaz.

A outra conta bancária, que também seria usada pelo servidor, pertencia à irmã da doméstica, identificada como Aurizete Juvêncio dos Santos.

Tesouro

Na quarta-feira (13), por determinação do governador Silval Barbosa, foi exonerada a servidora Avaneth Almeida das Neves, do cargo de secretária-adjunta do Tesouro do Estado. Pesa sobre Avaneth a acusação de ter colaborado com a fraude milionária nos cofres do Estado.

Ela foi presa no dia 5 de maio pela Delegacia Fazendária (Defaz). Após ter sido presa, a servidora foi suspensa do cargo, por decisão do juiz José Arimatéia.

A coordenadora da Conta Única, Magda Mara Curvo Muniz, os funcionários terceirizados Glaucyo Fabian Ota e Edson Rodrigo Ferreira Gomes, todos subordinados de Avaneth, também foram afastados.

Magda ainda não foi exonerada de seu cargo.

Operação Vespeiro

Em 3 de maio, a Polícia Civil deflagrou a Operação Vespeiro e cumpriu 38 mandados de prisão temporária e 38 de busca e apreensão, em Cuiabá e Cáceres. Foram mobilizados 146 policiais, entre delegados, investigadores e escrivães.

A pedido do Ministério Público Estadual, a investigações começaram em fevereiro de 2011. O esquema consistia na contratação e de funcionários fantasmas

Relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE) aponta que, desde 2007, cada um dos envolvidos recebia, em média, R$ 9 mil por mês, desde 2007.

A Delegacia Fazendária estima que o desvio dos cofres públicos pode chegar a R$ 18 milhões.

Os acusados vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, crimes contra administração pública, falsidade ideológica e peculato.