Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
PLANOS DE SAÚDE
24.10.2012 | 18h00 Tamanho do texto A- A+

Médicos admitem suspender atendimento em Mato Grosso

Categoria ameaça suspender novamente os atendimentos, em caso de não reajuste de tabela

Divulgação

Saúde: médicos ameaçam rejeitar atendimento pelos planos de saúde em MT

Saúde: médicos ameaçam rejeitar atendimento pelos planos de saúde em MT

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Representantes da classe médica de Mato Grosso e do Grupo Unidas (composto de várias operadoras de Saúde) se reúnem, na noite desta quarta-feira (24), para discutir propostas de reajustes das tabelas de pagamento, referentes aos honorários recebidos pelas consultas e outros procedimentos.

Segundo a assessoria do CRM-MT (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso), caso as operadoras não apresentem propostas até o próximo dia 31, os médicos não descartam a possibilidade de suspender os atendimentos pelos planos que integram o grupo, por tempo indeterminado, bem como o descredenciamento em massa dessas operadoras de Saúde.

Os médicos reclamam que, apesar de os usuários arcarem com despesas referentes a reajustes nos valores cobrados pelas operadoras de planos de Saúde, o valor do reajuste não é repassado à categoria. Em Mato Grosso, os médicos estariam reféns de uma mesma tabela de preços há cinco anos.

Segundo dados de 2011, o valor médio recebido pelos médicos em todo o país é de R$ 46 por consulta. A categoria quer que o valor seja reajustado para, no mínimo, R$ 80, segundo o CRM-MT.

Reclamações


Além dos baixos honorários, o atraso no repasse dos pagamentos à rede credenciada também é uma reclamação comum da categoria.

Os médicos afirmam que esperam, por meses, para receber o pagamento de uma única consulta, razão pela qual grande parte dos profissionais, ao menos na Capital, passou a atender apenas de forma particular, sem convênio.

A categoria pede ainda pelo fim do que chama de “interferência antiética” das operadoras na relação médico-paciente.

Entre as interferências mais comuns das operadoras, segundo uma pesquisa feita pela Datafolha em 2010, estão: glosar (rejeitar ou cancelar pagamentos) procedimentos ou medidas terapêuticas, impor a redução de número de exames ou procedimentos e interferir no tempo de internação de pacientes (determinando alta hospitalar antes do tempo).

A categoria reivindica, ainda, a inserção nos contratos de índices e periodicidade de reajustes – por meio da negociação coletiva pelas entidades médicas – e a fixação de outros critérios de contratualização.

Paralisação


No último dia 11, os médicos do Estado aderiram ao movimento nacional e suspenderam o atendimento a todos os planos de saúde, em defesa das reivindicações listadas anteriormente.

Na ocasião, a paralisação afetou aproximadamente 100 mil usuários de 35 operadoras de Saúde do Estado.

Insatisfação


Segundo o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), Florentino Cardoso, a Saúde Suplementar vive uma crise em todo o país, com milhões de pessoas recorrendo ao SUS (Sistema Único de Saúde) em detrimento ao atendimento particular, mesmo quando possuem planos de saúde.

Além disso, uma pesquisa recente feita pela Datafolha, em parceria com a APM (Associação Paulista de Medicina), mostra que 77% dos usuários de planos de saúde em São Paulo enfrentam problemas no atendimento, com a superlotação dos hospitais e longas filas de espera – problema que é vivenciado por pacientes em todo o país.

As restrições impostas pelos planos de saúde para a realização de exames e internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) também estão na ponta da lista de reclamações de mais da metade dos usuários.

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Jones  25.10.12 13h41
E ai, voces também vão parar de atender o monopólio aqui de MT? Isso só vale pra Unidas? E a cooperativa, ta satisfazendo?
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maria isabel  25.10.12 09h02
A paralisação são dos médicos que atendem a rede privada, dona Amanda, e não pelo SUS. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Agora eu sou uma pessoa de sorte mesmo, passei anos pagando MT Saúde e não precisava usa-lo, só por precaução mesmo, agora q preciso de acompanhamento médico o MT não funciona mais, então fiz aquele bem famoso, só faltava eu tbém ficar sem atendimento.
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Maurício  25.10.12 07h56
Caso haja mesmo o corte no atendimento dos médicos através dos planos de saúde, a cobrança da mensalidade deverá suspensa também. O usuário não pode ser prejudicado.
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Luciano Brandão  24.10.12 21h22
Só existem Planos de Saúde porque os médicos permitem...porque eles não cobram diretamente da população os valores tabelados com os planos que são bem menores. Com isso eles não teriam que esperar para receber e o povo não iria fazer plano de saúde pois não iria compensar...
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Carlos  24.10.12 20h04
Opá. Espera ai, classe médica então se o problema é com a operadora? Acredito que vcs deveriam brigar com ela de uma forma que não afetasse os usuarios visto que nós pagamos os planos mais caros de saúde do mundo e temos uma péssima qualidade de serviços prestados tambem. Temos que pensar bem antes de cometer tal prejuizo aos ususarios dos planos. Acredito que se deve por exemplos atender os pacientes dando um super desconto nas consultas e similares de forma que não afete o atendimento e que os ususarios tambem não paguem suas mensalidades. Ai sim seria uma pancada violenta nas receitas das operadoras de planos de saúde no Brasil. No mercado de saúde no Brasil existem muitos atravessadores de produtos e isso tudo faz o consumidor e pacientes paar a conta final. O governo federal deveria intervir tambem neste mercado com preços menos onorosos para o consumidor. isente impostos desses produtos tambem esta é uma opção tambem.
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