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21.08.2012 | 10h41 Tamanho do texto A- A+

Motoristas são proibidos de receber dinheiro

Lei Municipal gerou polêmica ao proibir a circulação de dinheiro em ônibus coletivos

MidiaNews

Motoristas não podem receber dinheiro de passageiros; falta de cobrador foi motivo de ação do MPE

Motoristas não podem receber dinheiro de passageiros; falta de cobrador foi motivo de ação do MPE

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

Desde a segunda-feira (20), motoristas de ônibus coletivo de Cuiabá estão proibidos de receber dinheiro dos passageiros.

A mudança é devido a Lei Municipal 5.541, de abril deste ano, que proíbe a circulação de dinheiro dentro dos coletivos.

Com a lei em vigor, os usuários do transporte coletivo serão obrigados a portar o Cartão de Transporte para pagar as tarifas. O prazo para que o uso do cartão se tornasse obrigatório venceu no dia 27 de julho.

Mesmo com a obrigatoriedade, usuários ainda pagam as viagens com dinheiro. A Assut (Associação dos Usuários do Transporte Coletivo de Mato Grosso) alega que a medida é inconstitucional e fere o direito de ir e vir de todo cidadão.

A presidente da Assud, Marleide Carvalho, disse ao MidiaNews que a medida é um retrocesso e as empresas e o Poder Público agem com arbitrariedade com a população.

“Uma medida como essa é um abuso de autoridade. Acredito que houve um conluio entre vereadores, prefeitura e empresários. As empresas ganham dinheiro com uma concessão pública e ainda obrigaram os usuários a adquirirem um produto deles para poder usar os coletivos. Não existe lei que proíba a circulação da moeda nacional. Só em Cuiabá isso acontece”, disse.

Outro ponto questionado pela Associação é que a Lei pode atrapalhar turistas e pessoas que estão de passagem pela Capital, que não possuem o Cartão Transporte.

“Cuiabá é uma cidade que tem atrativos turísticos e também é polo de relações comerciais. Agora, as pessoas que não residem aqui terão que adquirir o cartão para poder andar de ônibus. A medida é um retrocesso para uma cidade que está às vésperas de receber milhares de pessoas, para o evento da Copa do Mundo”, salientou.

Mais segurança

Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) defende que um dos benefícios trazidos pela Lei seria o aumento da segurança aos usuários do transporte coletivo.

A Assud rebateu a alegação. “Quando os ônibus são assaltados, não levam só o dinheiro que o cobrador carrega, os passageiros também são alvos dos ladrões. Então, as empresas e o Estado querem transferir para o cidadão o ônus de prover a Segurança Pública?”, questionou Marlete.

A MTU afirmou o objetivo é da Lei é uniformizar os serviços do ônibus, por meio da utilização da tarifa eletrônica.

Abaixo assinado

A partir da quarta-feira (22), a Assud vai recolher assinaturas de usuários do transporte coletivo para tentar barrar a Lei. Integrantes da associação estarão de prontidão, nos principais pontos de ônibus da Capital.

“Vamos recolher o máximo de assinaturas e mostrar que a população cuiabana não foi consultada, mas está em desacordo com essa situação. É um abuso!”, disse.

Cartão Transporte

A MTU informou que o usuário que não tiver o Cartão Transporte deverá adquirir e realizar a recarga nos postos disponíveis, nos principais pontos de ônibus.

Segundo a MTU, são 120 funcionários para o atendimento de recarga dos cartões e o número de postos deverá ser ampliado para atender à demanda.

Ação do MPE

O MPE (Ministério Público Estadual) por meio do promotor de Justiça, Ezequiel Borges de Campos, requereu a prisão e o bloqueio de bens dos proprietários das empresas de transporte coletivo da Capital e do diretor da SMTU (Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano), Antônio Gabriel das Neves Muller.

A ação foi embasada na desobediência à decisão liminar, de 26 de junho, que proibiu os condutores dos ônibus de acumularem as funções de motoristas e cobradores.

Foram acionadas as empresas Pantanal Transporte Urbano Ltda., Expresso NS Transporte Urbanos Ltda. e Integração Transportes Ltda.

Também foi pedido o afastamento de cargo do diretor da SMTU. O MPE entendeu que o gestor tem sido omisso em fiscalizar as empresas e fazer cumprir a ordem liminar.

Foi requerido o pagamento de multa no valor e R$ 1 mil, para cada viagem dos ônibus que trafegarem sem os cobradores. Leia mais AQUI.

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COMENTÁRIOS
34 Comentário(s).

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Marcia Arcanjo  06.03.13 23h07
Colocam o valor da passagem de R$ 2,95 e nem sempre tem o tal do cinco centavos para devolver de troco. E outra não são todos os bairros que tem ponto de recarga é necessário ir até o Centro para adquirir os créditos.
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valdenilson neves de arruda  06.03.13 22h50
porque aqui em cuiaba as empresa de transporte coletivo colocar os cobradores de nas linha de onibus e varzea grande porque porque os coletivo de la nao tem cobrador em alguma linha e porque la os motorista esta cobrado ha passagem dentro do coletivo eu sou a favor de voltar os cobradoresdentro dos onibus
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Marcos  22.08.12 08h42
Tenho cartão transporte, mas hoje, de propósito, vou pagar com dinheiro e quero ver o resultado. Quero ver quem vai me obrigar a descer do ônibus...
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maria jose  21.08.12 22h08
isto sim e um absurdo,verdadeiro monopolio da mtu exigir só o cartão, e a smtu como gestora como sempre aceita tudo da casa dos horores (canmara Municipal) quer dizer que para coprar qualquer coisa só fale o cartão de credito, o dinheiro e oque, brincadeira com o povo, prestem bem atenção meu povo, veja só quem usa o ônibus de vez enquando fica como, quem vem passear aqui fica como,obrigando as pessoas a comprar este cartão, mesmo porque não tem pra vender em todos os ponto de õnibus como deveria.
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vitor  21.08.12 21h57
Parabens, muito boa a nova lei. Não vao sobrecarregar o motorista e ainda ira trazer maior sensação de segurança tendo em vista q nao vai ter dinheiro circulando. as linhas de onibus do jd vitoria e rigiao é o q o diga, a regiao tem maior indice de roubo nos onibus. Para ir pro Dez so faltou a consulta popular. Essa é minha opinão.
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