LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Magistrados da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho em Mato Grosso irão paralisar suas atividades durante os dias 7 e 8 de novembro, aderindo ao movimento nacional que visa protestar contra a desvalorização da carreira e aumento salarial.
Eles reclamam de perdas salariais de 28,86% desde 2005, quando foi implantado o subsídio em parcela única.
Os juízes federais e do Trabalho também afirmaram que não irão participar da Semana Nacional de Conciliação, realizada anualmente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e que neste ano acontece entre 7 e 14 de novembro.
Segundo a assessoria da Justiça Federal, as conciliações serão retomadas após o dia 14 de novembro.
O movimento de paralisação é liderado pelas duas maiores entidades de classe das categorias:a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), que representam cerca de 5 mil juízes.
Apesar de receberem um dos mais altos salários do funcionalismo público – cerca de R$ 22 mil, em início de carreira –, os juízes afirmam que sofreram perdas nos vencimentos nos últimos anos devido à inflação e que houve apenas um reajuste de 9% nos subsídios, desde 2005, embora a Constituição Federal preveja que a revisão dos valores seja feita anualmente.
Sem acordoOs magistrados não concordaram com a proposta feita pelo Executivo, em agosto deste ano, de um reajuste de 15,8% até 2015, e prometem dialogar com parlamentares durante a paralisação para conseguir fixar um novo patamar salarial, além de negociarem a atualização dos vencimentos de acordo com o tempo de serviço.
Isso porque, de acordo com a categoria, os magistrados não contam com a progressão funcional e juízes em fase adiantada ou final de carreira continuam recebendo o mesmo salário oferecido no início da carreira.
O acúmulo de funções administrativas e de jurisdição, sem remuneração, também estão na pauta de reclamações da categoria.