Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
REPASSES DA SAÚDE
07.09.2012 | 08h05 Tamanho do texto A- A+

Estado tem menos de 72 horas para apresentar explicações à Justiça

Caso dinheiro não seja liberado, MPE propõe o bloqueio de contas públicas

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Procurador-geral do Estado, Jenz Prochnow, já foi notificado pela Justiça

Procurador-geral do Estado, Jenz Prochnow, já foi notificado pela Justiça

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Governo do Estado tem menos de 72 horas para apresentar à Justiça explicações referente ao atraso no repasse de verbas da Saúde para os municípios do Estado, que se encontram atrasadas e já somam, segundo ação civil pública movida pelo MPE (Ministério Público Estadual), cerca de R$ 50 milhões. O valor refere-se a débitos de 2011 e do ano corrente.

O procurador-geral do Estado, Jenz Prochnow, foi notificado no último dia 5 e deverá apresentar a defesa dentro de três dias, a fim de que sejam evitados possíveis pedidos de anulação da decisão em caráter provisório que será emitida pelo juiz da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, Luís Aparecido Bertolucci Júnior.

Na ação, o MPE pede, em liminar, que, dentro de sete dias, após a concessão da decisão em caráter provisório, o Estado regularize os débitos existentes com Cuiabá e Várzea Grande, a fim de garantir o atendimento à população pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Também pede que o Executivo apresente um cronograma de pagamento de débitos aos demais municípios e prestadores de serviços, que deverão ser quitados em até 60 dias.

O promotor de Justiça que assina a ação, Alexandre Matos Guedes, solicita ainda que o Estado seja proibido de privilegiar as OSS (Organizações Sociais), efetuando o pagamento delas ao mesmo tempo em que faça o repasse aos demais entes municipais, privados e conveniados.

Caso o Estado não possua recursos suficientes para manter os débitos da saúde em dia, o promotor pede para que os gestores públicos retirem recursos de áreas não essenciais, como comunicação, obras e turismo, informando a fonte do recurso utilizado para o pagamento dos débitos.

Em caso de descumprimento de qualquer uma dos requisitos solicitados na liminar, o MPE pede para que o Estado tenha as contas bloqueadas, de maneira a não efetuar repasses a áreas não essenciais enquanto a situação do setor da saúde não for regularizada.
“Falta de vontade política”

Na ação, o promotor ressalta que o caos vivenciado hoje pela saúde pública no Estado é resultado de decisões dos atuais gestores e que deve, dessa forma, ser sanado por eles.

O promotor ressalta ainda que o atraso nos repasses de verbas da saúde aos municípios está sendo feito pelo município “de forma deliberada”, uma vez que mantém em dia o pagamento das OSS por ele contratadas para gerir os antigos hospitais regionais, “privilegiando assim entidades privadas afins à sua política de terceirização de serviços de saúde”.

“O que se denota, portanto, é que não existe escassez de recursos públicos para o repasse devido aos Municípios; o que existe é a opção política – ilegal – de ignorar as necessidades essenciais de vida e saúde da população em detrimento de outros pagamentos preferidos pelo gestor”, argumenta Guedes.

Realidade dos municípios


Segundo informações da AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios), o atraso no repasse das verbas da saúde tem obrigado os gestores municipais a retirarem recursos de outras áreas da administração pública para socorrer a saúde e garantir o atendimento à população.

Alguns municípios têm investido até 20% do seu orçamento na Saúde, 5% a mais do valor obrigatório, mas ainda não é o suficiente. Com isso, ficam comprometidos os programas básicos de atendimento à população, como o PSF (Programa Saúde da Família), Farmácia Popular, Saúde Bucal, tratamento de endemias e compra de medicamentos de alta e média complexidade.

Outro lado


A assessoria da AMM afirmou que parte do pagamento já foi realizado pelo Estado, mas um novo levantamento ainda seria realizado para calcular quanto da dívida ainda resta a ser paga.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Estado está passando por algumas dificuldades financeiras, mas mais de 65% da dívida já foi quitada.

Referente aos valores constitucionais devidos, o governo reconhece apenas a dívida de três meses (abril, maio e junho), que deverão ser pagos conforme a dotação orçamentária do Estado.

Confira abaixo a íntegra da ação civil pública protocolada pelo MPE:

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6 Comentário(s).

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netprogrammer  12.09.12 17h43
é triste ver os pragmáticos de plantão com comentários que em nada ajudam, as duas coisas são extremamente importantes para a cidade visto que o trânsito está caótico,acima da capacidade da malha viária atual e também investimentos em saúde mas só os "oportunistas" de plantão que acham que é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo, ou em caso pior, deixar uma e fazer outra, querem mágica, tudo pronto e funcionando de um dia para o outro, façam o seguinte, deixem os carros em casa e vão a pé pro trabalho ou pra onde quer que tenham de ir e convençam metade da população a fazer igual,assim o governo poderá investir somente em saúde, mas ai o povo da EDUCAÇÃO também vai chiar,os PM´s,Agentes Prisionais e por ai vai,reclamar é fácil, agora vai lá fazer então ...
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Francisco pires  09.09.12 14h52
Pago para ver o estado atender a justiça pagando os municipios no que deve.O ex presidente frances disse certa ves que O BRASIL NÃO ERA UM PAIS SERIO.Hoje escrevo que MATO GROSSO NÃO E UM ESTADO SERIO. SR. GOVERNADOR O POVO ESTA MORRENDO A MINGUA O SR. NÃO VE OU FAZ DE BOBO.
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Messias Junior  08.09.12 10h05
Cadê os defensores do vlt para comentar essa situação? Dinheiro para a saúde não tem, mas para essa obra faraônica existe! Que governante é esse que temos? Priodade absoluta é para saúde, educação e segurança!!!
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pRA que  07.09.12 22h43
Pra que saude, se vamos ter estadio de futebol novo e copa do mundo
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Maria Célia Ferreira  07.09.12 13h13
PARABÉNS PROMOTOR! FINALMENTE ALGUÉM OUVE OS APELOS DA SOCIEDADE QUE VEM ACOMPANHANDO O CAOS EM QUE ESTÃO TRANSFORMANDO A SAÚDE PÚBLICA DE MATO GROSSO!
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